Delegado Rérisson - Divulgação

O delegado de Araguaína José Rérisson Macêdo virou alvo de uma investigação da Corregedoria-Geral da Segurança Pública por fazer uma postagem no Facebook através do seu perfil pessoal.
Rérisson é suplente de deputado estadual, já ocupou a vaga na Assembleia Legislativa e recentemente pediu afastamento do cargo de delegado com a intenção de compor a chapa majoritária (prefeito ou vice) na disputa pela prefeitura de Araguaína nas eleições deste ano.
Ao instaurar a sindicância, a corregedoria afirmou que o objetivo é investigar a postagem onde o delegado teria "se referido ao superior hierárquico ou à corporação a que pertence de modo desrespeitoso ou ofensivo".
No entanto, o delegado frisou que a "conduta taxada de indisciplinada se trata, tão somente, do exercício da garantia constitucional de livre manifestação de pensamento".
Rérisson relatou que fez a postagem em 26 de fevereiro de 2020 no seu perfil pessoal dando opinião contrária sobre o que chamou que "desmantelamento da DEIC Norte", até então responsável por investigar atos de corrupção em Araguaína e região.
A postagem demonstrava insatisfação de Rérisson com a remoção de um delegado de Araguaína para a cidade de Wanderlândia.
"Com uma trajetória de 37 anos no serviço público, dentre os quais 19 anos na carreira de Delegado de Polícia Civil, jamais tive qualquer mácula. Sou respeitado e exijo respeito para comigo e com os meus. [...] Será que voltamos à época ditatorial?", indagou.
O delegado ainda apontou a suposta existência, na Secretaria de Segurança Pública (SSP), de um setor especializado em fiscalizar redes sociais de delegados e disse que não tem medo de bandido. "Não tenho medo de bandido algum, pois se tivesse teria buscado outra profissão. Ponho de pequenos a grandes na cadeia. Esse é o meu papel e o cumprirei até o meu último dia na Polícia Civil. Somos polícia de Estado e não de subserviência a governos", afirmou.