Convivendo mais de perto com seu agressor, em razão do isolamento social, as mulheres vítimas de violência doméstica estão procurando mais ajuda em Araguaína, no norte do Estado.
É o que sugere o índice sobre esses atendimentos na Defensoria Pública do Estado (DPE-TO) no Município, que aponta crescimento de 143% na comparação de julho deste ano com julho do ano passado.
No último mês, em Araguaína, foram 107 atendimentos na Defensoria sobre violência doméstica, ao passo que em julho do ano passado foram 44. Os dados são do setor de estatística da Corregedoria Geral da Defensoria Pública e mostram, ainda, que do total de atendimentos registrados sobre violência doméstica (196) nas unidades da Defensoria no Estado, em julho deste ano, mais da metade (54,5%) foi em Araguaína. Palmas, por sua vez, manteve a média desse tipo de atendimento: foram 65 em julho desse ano e 60, no mesmo mês do ano passado.
Titular da 10° Defensoria de Atendimento à Vítima de Violência Doméstica e Familiar em Araguaína, a defensora pública Karine Ballan explica que o crescimento dos atendimentos segue a dinâmica do aumento significativo dos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher desde o início da pandemia da covid-19.
Para ela, acredita-se que os casos são consequência, entre outros fatores, do estresse nas relações familiares resultante do isolamento social e o agravamento da situação de crise econômica das famílias, o que pode gerar outros conflitos.

"Você não está só"
Diante das consequências do isolamento social, que é uma medida necessária, mas que pode colocar vítimas de violência doméstica em situação de maior vulnerabilidade, o Núcleo em Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem) e o Núcleo em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Nudeca) realizam a campanha "Você Não Está Só" a fim de divulgar e informar vítimas e sociedade em geral sobre as formas de se fazer denúncia, bem como sobre a rede de apoio. A mobilização reforça a importância de não se calar diante de situações de violência.