Illya Nathasje

Está cada vez mais difícil a vida do simples eleitor no Tocantins. Faltam nomes, pra não dizer decência, pra não dizer coragem. O episódio da semana vem mais uma vez do ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha. Esse que era candidato a governador, disse que não era e voltou a ser. Por que decência? Por que coragem?
A noite de sábado foi uma grande festa em Sítio Novo. Lançamento da candidatura a deputado estadual do ex-prefeito Jair Farias, que caminha para ser uma nova liderança na lista onde figuram nomes envelhecidos e alguns velhacos, no Bico do Papagaio. Nos bastidores do evento, Carlos Amastha, o candidato a governador, se recusou a subir no palaque onde estava o ex-governador Marcelo Miranda. A título de que? - De ficar mal na foto e perder votos. Além de quem lhe acompanha por deveres de ofício, Amastha não trouxe para Sítio Novo uma alma viva sequer. Emburrado, foi embora. Não fez falta.
Coitado do Amastha, do terço não conhece o primeiro nó. Será mesmo que ele acredita ter mais votos que Marcelo Miranda? Apesar desse a quem considero um grande traidor a Siqueira Campos, desse, a quem os anais da política reserva o direito de ser o 1º e único governador duplamente cassado, ele, Marcelo Miranda, tem história no Tocantins, ao jeito que escreveu, mas tem. Carlos Amastha ainda busca escrever a sua. Se comparados, pode-se dizer, é um ilustre desconhecido.
Amastha, ao se recusar a "aparecer" na foto junto com Marcelo, teve um surto de decência ou de falta de coragem? A "decência" oferecida em público foi, na verdade, uma farsa. Visto não ter tido ele a coragem de recusar o apoio de Marcelo e sua mulher, a deputada federal Dulce Miranda. Abertas as aspas para o que é decência e o que é coragem, ele não teve nenhuma das duas. Sem a personalidade que o jogo político exige, com seu passo ora pra lá, ora pra cá, suas idas e vindas, ao sabor de seus rompantes, Carlos Amastha vai firmando no conceito do eleitor a imagem de biruta de aeroporto, ao sabor do vento.
Ao recusar o palanque, não teve a decência, nem a coragem de enfrentar os dissabores que um aliado possa trazer. Mas o apoio ele quer. Em resumo, Carlos Amastha não quer largar o osso, o que ele não quer é ser visto em público roendo …
- Isso também se chama covardia.

PS.: Postura sem méritos foi também a do, até 31 de dezembro, senador Vicentinho Alves. Diante do episódio, preferiu ir embora, sem participar do evento do seu maior aliado na Eleição Suplementar: Em Sítio Novo, o candidato derrotado, Vicentinho Alves foi vencedor. Jair Farias deu-lhe uma vitória estrondosa: no primeiro turno 47,64%; e no segundo, 53,33% dos votos válidos. Especuladores e observadores de plantão até dizem, ter identificado as razões que levou o senador Vicentinho Alves a acompanhar a debandada do candidato Carlos Amastha.