(PALMAS-TO) - A Corregedoria da Polícia Militar do Tocantins (PM) investiga o suposto envolvimento de militares nas seis mortes ocorridas em Gurupi, em setembro. As seis pessoas assassinadas foram Cláudio Roberto Pereira Silva, 27 anos, Daniel Alves Batista, 18 anos, Genildo Miranda da Silva, 22 anos, Reginaldo Alves Miranda, 34 anos, Walison de Oliveira Gomes, 18 anos, e Ana Paula Lima, 21 anos. As vítimas morreram com tiros na cabeça. Este ano, três militares foram afastados da corporação. O primeiro foi Antônio Vieira da Silva, 41 anos, que, há 18 anos, era cabo da PM.
Ele foi afastado da corporação na segunda-feira, 15. Conforme a corregedoria, ele é acusado de ser o mentor de um assalto à agência dos Correios, em Luzinópolis, em março deste ano. Antônio foi detido pelos próprios colegas.
Conforme a PM, o militar teria sido denunciado por formação de quadrilha e tentativa de assalto. Também foi apurado que Silva participou ativamente no planejamento do assalto à agência dos Correios, em Luzinópolis e deu apoio aos envolvidos na ação.
Ainda neste ano, além deste caso, o cabo Jhonata Parente Aguiar foi afastado em janeiro por ter adulterado a placa de um veículo apreendido em Gurupi. Já em 2011, José Arnaldo dos Santos foi excluído da corporação por furto.
Na Corregedoria, de acordo com a reportagem, estão em andamento mais sete processos disciplinares que preveem a expulsão de militares que estariam envolvidos em crimes e que podem ser desligados da corporação. Um deles está relacionado com o militar preso em março deste ano apontado de participar em três assassinatos.
O comando geral da PM afirmou, em entrevista concedida ser comum a abertura de sindicância e processos disciplinares depois das operações. No entanto, segundo o comando, nem sempre a abertura destes procedimentos significa que os policiais tiveram uma má conduta. A instauração dos procedimentos é para apurar e até para resguardar a ação do policial. A informação é do comando da PM.
Levantamento já divulgado na imprensa que revela que de 2005 a 2009 foram abertas 3.275 sindicâncias na PM; 491 inquéritos policiais e 24 conselhos de disciplinas.
Gurupi
O delegado-chefe da Polícia Civil, José Eliú de Andrada Jurubeba, designou uma força tarefa para acompanhar as investigações sobre o assassinato das seis pessoas.
À frente das apurações, ficaram o superintendente da Polícia Civil e diretor de Polícia do Interior, José Rerisson Macedo Gomes, e os delegados Evaldo de Oliveira Gomes e Liliane Albuquerque Amorim.
As investigações foram divididas em quatro inquéritos. O primeiro e o segundo vão investigar as mortes de Cláudio Roberto Pereira Silva e Daniel Alves Batista. Ambos foram encontrados mortos no dia 29 de setembro.
O terceiro vai apurar as mortes de Genildo Miranda da Silva, Reginaldo Alves Miranda e Walison de Oliveira Gomes, cujos corpos foram localizados no dia 26 de setembro.
Já o quarto inquérito vai investigar o assassinato de Ana Paula Lima, que ocorreu no dia 26 de setembro.
Custódia
Uma jovem, de 19 anos, que não teve o nome divulgado, e que pode ser uma possível testemunha dos assassinatos de seis pessoas, em Gurupi, sofreu, no dia 28 de setembro, por volta das 21h30, uma tentativa de homicídio. Segundo informações, a jovem caminhava por uma das ruas de Gurupi quando um motoqueiro a fechou e desferiu uma facada em suas costas. A jovem passou por cirurgia no Hospital Geral de Palmas (HGP).
Enquanto ela esteve internada naquela casa de saúde, ficou com escolta permanente do Grupo de Operações Especiais (Gote) e está sob custódia por ser uma possível testemunha chave para esclarecer os homicídios. Ela recebeu alta do HGP, no dia 5. De acordo com a Polícia Civil (PC), ela continuava protegida, pois corria risco de morte.
Publicado em Tocantins na Edição Nº 14534
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