(PALMAS-TO) - O comandante-geral da Polícia Militar do Tocantins, coronel Marielton Francisco dos Santos, baixou no dia 3 deste mês, a portaria de número 020/2012, que proíbe todo Comando Geral de se envolver nas eleições deste ano. A exceção é somente para aqueles que estiverem com candidaturas homologadas. O deputado estadual e candidato a vice de Carlos Amastha (PP), pela coligação “Um novo caminho é possível”, Sargento Aragão (PPS), chegou a criticar a portaria no palanque do comício em Taquaralto, na noite dessa terça-feira, 18. “Essa mordaça tem que acabar! Já começou com a publicação de uma portaria tentando intimidar todo o Comando”, criticou.
O documento publicado do Boletim Geral da PM, determina em seu artigo 1º, que “os policiais estão proibidos de veicular propaganda político-partidária na área sobre a administração da Polícia Militar e nas suas imediações, subir e discursar em palanques políticos em favor de qualquer partido ou candidato, interferir nos trabalhos militares na manutenção da lei e da ordem, além do cumprimento do dever buscando beneficiar candidato ou partido”.
Caso os policiais desobedeçam as normas disciplinares e os pontos elencados no artigo 1º, “será instaurado procedimento administrativo, sem prejuízo das sanções penais cabíveis”.
Na tarde desta quarta-feira, 19, Aragão criticou o que chamou de “forma abusiva” com que a portaria foi baixada. “Ele [Siqueira Campos, do PSDB] não mudou. Está imposta a ditadura”, afirmou Aragão.
Para o parlamentar, a portaria “é uma tentativa de desespero”: “Lá [no Comando Geral], 90% dos policiais militares não apoiam Siqueira Campos. No seu horário de serviço, ele [qualquer policial militar] não pode falar nada, mas no seu horário de folga tem o direito de expressar suas opiniões. Tem o direito de exercer a democracia”, afirmou o candidato.
Aragão informou que entrará, ainda nesta quarta, com uma representação na Justiça pedindo a anulação da portaria. Ele ainda informou que mais de 50% do efetivo da Capital está sendo transferido para o interior. “Bateu o desespero. Sempre que chega a época de campanha, eles falam em fazer concurso público, temos uma defasagem muito grande de militares”, desabafou.
Siqueira já havia falado, publicamente, que não queria o envolvimento dos policiais no pleito deste ano. Nos bastidores do lançamento do II Polo da Seringueira, no dia 6 deste mês, em Palmeirópolis, ele fez o pedido a aproximadamente cinco policiais que estava presentes: “Nossa polícia não carrega bandeirinha de cabo eleitoral. Entendam: vocês são agentes republicanos”, disse o governador. Siqueira ainda acrescentou: “Se alguém tiver envolvido, se eu puder, derrubo ao ‘breco’”.
De acordo com Aragão, a corporação mantém-se insatisfeita desde que foram aprovados, ainda no mês de abril, os projetos de lei que tratam de modificações no quadro da corporação. Entre elas, o Projeto de Lei nº 21, que trata do estatuto da Polícia Militar e do Corpo dos Bombeiros, o PL nº 22, que trata das promoções da PM, o PL nº 23, que trata da data de concessão de medalhas à PM, e o PL nº 26, que altera a Lei 1.676, de 3 de abril de 2006, que trata do efetivo e dos subsídios da PM.
No dia 5 deste mês, Siqueira aprovou o ofício do coronel Marielton, que propôs a alteração da data das promoções, que seria entre 5 e 12 de outubro, em razão da realização das eleições municipais, no dia 7 de outubro.
A oficialização da mudança da data será dada através de Medida Provisória editada pelo governador. A PM defendeu que a transferência da data “elimina” qualquer favorecimento a candidatos ou grupos políticos que concorrem às eleições deste ano.
Publicado em Tocantins na Edição Nº 14509
Comando da PM no Tocantins proíbe envolvimento de policiais com eleições
Deputado Aragão diz que entrará com representação na Justiça pedindo a anulação do documento
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