Com a totalidade das urnas apuradas, o governador Mauro Carlesse (PHS) confirmou a reeleição com 404.484 votos (57,39% dos válidos), 180 mil a mais do que o segundo colocado Carlos Amastha (PSB), que recebeu o apoio de 219.842 eleitores (31,19% dos válidos). Surpresa da suplementar, o advogado Márlon Reis (Rede) decepcionou e atingiu apenas 47.046 votos (6,68 % dos válidos). César Simoni (PSL) ficou na quarta colocação ao atingir 31.231 votos (4,43 % do eleitorados válido), enquanto Bernadete Aparecida (Psol) amargou a última colocação com o apoio de apenas 2.200 eleitores (0,31%).
Abstenções e votos inválidos somaram 35,19% do eleitorado tocantinense, o que equivale a 333.951 pessoas; sendo que 207.540 (19,98% do eleitorado) sequer compareceram às urnas, enquanto 112.022 (13,48%) votaram nulo e outras 14.389 (1,73%) em branco.
Trajetória do reeleito
Então presidente da Assembleia Legislativa do Tocantins (ALTO), Mauro Carlesse foi alçado ao Palácio Araguaia após a cassação do ex-governador Marcelo Miranda (MDB) e da ex-vice-governadora Cláudia Lelis (PV) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os dois foram condenados por caixa dois após apreensão de avião em Goiás com R$ 500 mil em espécie e material de campanha em 2014.
Mauro Carlesse assumiu interinamente o governo no dia 27 de março deste ano, mas voltou à presidência da ALTO no dia 6 de abril após o ministro Gilmar Mendes, do Supremo, suspender liminarmente efeitos do acórdão que condenou Marcelo Miranda e Cláudia Lelis até que os embargos de declaração da defesa fossem julgados e publicados; o que só ocorreu 11 dias depois. O TSE determinou ainda a realização de eleição suplementar.
No Palácio Araguaia, Mauro Carlesse tornou-se o candidato a governador natural e surpreendeu. O gestor humanista venceu no primeiro turno o mesmo Carlos Amastha e Marlon Reis deste pleito de outubro, e ainda bateu a senadora Kátia Abreu (PDT) e os menos badalados Mário Lúcio Avelar (Psol) e Marcos Souza (PRTB). No segundo turno, o derrotado foi o senador Vicentinho Alves (PR). Assim, o político gurupiense foi eleito para o mandato tampão e agora reeleito para mais quatro anos à frente do Executivo do Tocantins.
Antes do mandato de deputado estadual, Mauro Carlesse só disputou uma eleição: a Prefeitura de Gurupi em 2012, quando acabou derrotado por Laurez Moreira (PSDB).
Eleito para o primeiro cargo eletivo em 2014, Mauro Carlesse assumiu a presidência da ALTO dois anos depois. À frente do legislativo, o agora governador colocou-se como oposição ao então chefe do Executivo, Marcelo Miranda. Um dos maiores embates entre os dois foram os pedidos de autorização para a contratação de empréstimos efetuados pelo emedebista. Ao chegar na ALTO, o político do PHS segurou por meses à tramitação e ainda capitaneou a mudança dos objetos alvos de financiamentos. Carlesse venceu a queda de braço.
Leia abaixo o perfil do governador reeleito Mauro Carlesse:
Mauro Carlesse nasceu no município de Terra Boa, Paraná, 25 de junho de 1960. No Tocantins, ocupou-se como empresário e agropecuarista. Iniciou a carreira política ao se filiar ao Partido Verde (PV) em 2011, quando já exercia a presidência do Sindicato Rural de Gurupi. Ele foi candidato a prefeito daquela cidade nas eleições de 2012. Em 2013, filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e candidatou-se a deputado estadual em 2014, conquistando uma vaga para a 8ª Legislatura. Atualmente é filiado ao Partido Humanista da Solidariedade. No dia 8 de julho de 2016 foi eleito presidente da Assembleia Legislativa para o biênio que termina em 2019, mas acabou assumindo o governo interinamente após a cassação de Marcelo Miranda (MDB) e Cláudia Lelis (PV), e depois eleito para o mandato tampão que termina no dia 31 de dezembro deste ano. Neste 7 de outubro, acabou reeleito ainda no primeiro turno.
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