Segundo revisão de junho da Estimativa de Safra, divulgada na sexta-feira, 3, pelo grupo, o país deve produzir 76,64 milhões de toneladas de milho. Destes, 49,4 milhões de toneladas correspondem à safra de inverno, número que representa uma queda de pouco mais de 400 mil toneladas em relação ao estimado em maio pela consultoria.
“Após o clima muito seco em abril, o volume acumulado de precipitações não conseguiu se recuperar totalmente em Mato Grosso e em Goiás, considerando as chuvas registradas em maio”, explica a Analista de Mercado da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi.
Destaca-se também que a área plantada destinada à ‘safrinha’ para o Brasil sofreu um leve recuo, ficando em 10,09 milhões de hectares. Essa queda decorreu de ajustes nos estados do Maranhão e Tocantins, (que fazem parte do Matopiba) e em Mato Grosso do Sul. Por outro lado, a área de Mato Grosso foi ajustada para cima, com os preços elevados do milho configurando um incentivo à cultura.
Já em relação ao ciclo de verão, estimado em 27,24 milhões de toneladas, houve uma revisão da área plantada em estados do Matopiba. “Com os atrasos enfrentados no plantio da soja, havia expectativas de uma safra maior de milho, com migração de área entre as culturas. Contudo, muitos produtores optaram por não plantar em meio a preocupações com os possíveis prejuízos”, avalia Ana. Ressalta-se o clima muito seco em fevereiro na região, que também acabou impactando negativamente as plantas.
A INTL FCStone ainda avaliou que, com uma quebra de safra neste ano, a principal variável de ajuste deve ser a exportação, que ficaria em 23,5 milhões de toneladas no ciclo 2015/16. “Houve também um corte no consumo interno e estimam-se exportações em 2 milhões de toneladas. Neste cenário, os estoques finais atingiriam 2,47 milhões de toneladas, volume considerado restrito”, resume a Analista Ana Luiza Lodi.

Exportação sobe
Na estimativa de safra de junho, a INTL FCStone não realizou ajustes para a produção de soja do Brasil, uma vez que a colheita já foi encerrada e os números foram confirmados.
De acordo com a Coordenadora de Inteligência de Mercado, Natália Orlovicin, os estoques devem continuar apertados, mas espera-se uma queda na demanda interna, especialmente influenciada pelos altos preços domésticos do farelo e da soja – o que desestimula os consumidores que são, em sua maioria, criadores de animais.
No entanto, a consultoria destaca que as exportações estão se mostrando muito fortes neste primeiro semestre, o que pode indicar um aumento do volume exportado em 2016.