Araguaína (TO) - Um esquema de guerra foi montado na noite de quarta-feira (13), na Praça das Bandeiras, em Araguaína, para combater o Aedes aegypti. Ação foi através da parceria da Prefeitura de Araguaína, por meio da Secretaria da Saúde, Exército Brasileiro e Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (Itpac). Oficina educativa com apresentação de vídeo, pista da saúde para as crianças e orientações médicas foram algumas das atividades. A apresentação da banda de música de militares trouxe muita alegria e emoção aos presentes. As ações de combate continuam nos bairros, escolas e, à noite, na Praça do Setor Noroeste.
O general da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, David Anízio de Oliveira Júnior, destacou que estão dando início à Semana do Exército. “São várias atividades em cidades do país e escolhemos Araguaína para iniciarmos, visto que já estivemos aqui uma vez e o povo é muito hospitaleiro. No combate ao mosquito, precisamos ter mudanças de comportamento e cuidar de nossas residências, para evitar focos do mosquito. Só vamos conseguir juntos”, destacou.
O secretário da Saúde, Jean Coutinho, reforçou que é importante cada um fiscalizar sua residência. “A luta é diária e a batalha contra o mosquito é de todos. Esse reforço do Exército nas ações que realizamos diariamente na cidade é bem-vindo, todos juntos no combate”, disse.
Aproximadamente 400 pessoas, entre agentes de combate às endemias, alunos e militares do Exército Brasileiro, do Batalhão de Infantaria da Selva 50-BIS, de Imperatriz (MA), e 23ª Brigada de Infantaria de Selva, de Marabá (PA), estiveram nas ações que iniciaram na quarta-feira e seguiram até quinta-feira, 14.
Comunidade
A funcionária pública Márcia Costa Veloso contou que, quando foi buscar a filha na escola, viu as ações na praça. “Resolvi ficar e gostei muito. Muito emocionante ver a banca tocar e também pude aprender mais sobre as doenças transmissíveis pelo mosquito. Sobre a dengue eu sabia dos sintomas e hoje aprendi mais sobre essas doenças que chegaram agora febre chikungunya e vírus Zika”, relatou.
E quem não perdeu um só minuto na pista da saúde foi a estudante Thauany Luna de Oliveira, de nove anos, ela aprendeu brincando, borrifando com uma bomba, o mosquito gigante, que é importante ter cuidado com os quintais. “Não podemos deixar água parada”, disse.
Praça das Bandeiras
Os canhões expostos na Praça das Bandeiras, segundo o tenente-coronel Vargas Rodrigues, não era por acaso. O atrativo no imaginário da criança faz parte da ação que busca trazer a ideia de guerra e força no combate ao mosquito Aedes aegypti.
Vargas considera que a parceria com a Prefeitura foi um sucesso. “Percebemos que as pessoas já tinham recebido uma série de informações, e nosso público-alvo são as crianças, por isso tantos atrativos, são elas que possuem esse desdobramento em casa e por onde passam”, destacou.
Nas tendas, profissionais do Exército e da Saúde falaram um pouco sobre os sintomas, as prevenções, e distribuíram livretos e revistinhas com informações de como interromper o ciclo de vida do mosquito com apenas alguns minutos de atenção e conscientização.
Minilabirinto Aedes aegypti
Uma tenda que chamava a atenção de todos que passavam era a do minilabirinto fictício, o qual as crianças entravam em pequenos grupos, para passear por etapas que contavam a história do mosquito Aedes aegypti.
A partir do caminho, as crianças tinham contato com a trajetória do mosquito e como cada etapa da vida dele poderia ser combatida com cuidados mínimos. No final do passeio, as crianças borrifavam com uma bomba um personagem do mosquito escondido dentro de uma caixa d’água, o qual reforçava a ideia de que os cuidados devem ser periódicos para que ele não se manifeste.
A estudante Wyrlla Oliveira, do quarto ano da Escola Municipal Tereza Hilário, conta que nunca tinha visto um canhão de guerra de perto. A menina conta, com as bochechas pintadas de verde, que a ação contra o mosquito começa nos detalhes. “É observar a água parada né, as plantas de casa, tomar cuidado com lixo, virar as garrafas”, disse.
CEI Mãe de Deus
Nesses três dias, as ações também aconteceram nas redes de ensino pela manhã e à tarde. A Creche Mãe de Deus recebeu a visita de profissionais do Exército e Saúde, que passaram um pequeno filme em desenho para crianças de 2 a 5 anos.
A creche também contou com a profissional Ana Cláudia, do Centro de Controle de Endemias do Município, que encenou um teatro de fantoches com as crianças, dando as informações do mosquito e dos cuidados de forma cômica e consciente.
A professora do segundo período, Vânia Coelho, disse que as crianças, apesar de serem pequenas, têm total consciência do que vem sendo repassado nas campanhas de combate contra ao Aedes. “Queremos que eles cresçam com essa responsabilidade com o meio ambiente, posso te garantir que eles entendem que a limpeza é a prevenção dessa doença”, disse a professora.
Hanna Yasmim dos Santos, de apenas 5 anos de idade, contou: “Não pode deixar pneus cheios de água, por exemplo, porque o mosquito bota o ovo e fica vivo pra picar a gente, que adoece”.
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