Mesmo em um período tradicional de safra, a oferta de boiadas continua restrita em boa parte das regiões produtoras. Além do atraso nas chuvas que retardou a terminação dos animais, os pecuaristas também adotaram a estratégia de menor participação no mercado neste inicio do ano, restringindo ainda mais a disponibilidade de gado no mercado.
Segundo o analista da Safras e Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a melhora do clima tem possibilitado que os produtores mantenham seus animais na fazenda e, com maior prazo para negociar o melhor preço de venda.
“No mercado paulista os preços oscilam entre R$ 148,00/@ até R$ 150,00/@, com negócios acontecendo acima da referência dependendo da qualidade da boiada”, destaca Iglesias.
De acordo com ele, a oferta poderá aumentar a partir de fevereiro, no entanto, ainda não será suficiente para causar alterações no movimento do mercado. “Considerando que o ano passado repetiu um padrão bastante similar, e mesmo com o mercado com melhor oferta os preços variaram entre R$ 145,00/@ a R$ 150,00/@ ficando em poucos momentos do ano abaixo desse patamar”, explica.
Do lado da demanda interna, o cenário não é tão otimista. Assim como ocorreu durante 2015, as projeções indicam menor consumo da população refletindo a crise econômica do país.
Um ponto positivo, no entanto, são as vendas externas. Com o taxa de câmbio em alta, a carne bovina brasileira tem ganhado espaço nos mercados internacionais, “no entanto, a oferta será o grande limitador para os volumes de embarque em 2016, então de uma maneira geral teremos preço firmes e com a demanda externa estável neste ano”, destaca o analista.

Abate de bovinos em dezembro foi o menor volume dos últimos cinco anos

O Indea-MT divulgou o abate de bovinos de dezembro/15, foram 387,41 mil cabeças enviadas para o gancho. Este é o menor volume de animais abatidos em um mês de dezembro desde 2010. Realizando um apanhado de 2015, observa-se que o abate de animais caiu 15,22% se comparado a 2014, foram 4,68 milhões de cabeças abatidas em 2015.
Muito se tem discorrido sobre essa queda no volume abatido no Estado, atribuindo essa redução ao ciclo pecuário vivenciado atualmente, com a recomposição do rebanho acontecendo através da retenção das matrizes. Tal teoria é corroborada quando se observam os dados estratificados, enquanto a redução no abate de machos foi de 300,06 mil cabeças, a diminuição no abate de fêmeas chegou a 540,23 mil cabeças.
E, ainda, regiões que têm como característica o segmento de cria (norte, noroeste) registraram maiores quedas no volume abatido se comparadas a outras regiões.