Kalí, o mascote dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas 2015, é uma mistura de várias etnias

PALMAS - A presidente Dilma Rousseff (PT) fez a abertura oficial dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas nessa sexta-feira, 23. A cerimônia foi iniciada às 17 horas, na Arena Green, dentro da Vila Indígena, ao lado do Estádio Nilton Santos, na Avenida Theotônio Segurado. O ministro dos Esportes, George Hilton, também esteve presente, bem como autoridades locais e regionais. Só não participou da festa o povo de Palmas, excluído pelos organizadores dos Jogos - o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o Ministério dos Esportes e o Comitê Intertribal Memória e Ciência (ITC). Os palmenses que quiseram acompanhar a festa de abertura tiveram de se contentar com o telão que a Prefeitura de Palmas instalou na Feira do Bosque. Na Arena Green estiveram apenas os 5 mil convidados dos organizadores.
Palmas tem o privilégio de receber a primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, que seguirá até o dia 1º de novembro, contando com a participação de mais de 2 mil atletas de 23 países. Serão 13 dias de programação. As modalidades disputadas nos Jogos são divididas em duas categorias, os Jogos Nativos de Integração, que são os esportes tradicionais indígenas - com Tiro com Arco e Flecha, Arremesso de Lança, Cabo de Força, Corrida de Velocidade Rústica (100 metros), Canoagem Rústica Tradicional, Corrida de Tora, Lutas Corporais e Xikunahati -; e os Jogos Ocidentais, Futebol de Campo, Atletismo e Natação (Travessia).

Países participantes
Ao todo, são 23 países confirmados no JMPI 2015: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Congo – Brazzaville, Costa Rica, Equador , Estados Unidos, Etiópia, Guatemala, Guiana Francesa, México, Mongólia, Nicarágua, Nova Zelândia, Panamá, Paraguai, Peru, Rússia, Uruguai e Venezuela.
Nesses Jogos Mundiais dos Povos Indígenas participam 26 etnias do Brasil, sendo três tocantinenses. São os Assuriní, Bororo Boe, Guarani Kaiowá, Kamayura, Kayapó Mebêngôkre, Kyikatêjê, Paraketêjê, Matis, Paresi, Pataxó, Tapirapé, Terena, Wai Wai, Xavante, Kaingang, Manoki, Kura, Bakairi, Kanela, Kuikuro, Erikibaktsa e Mamaindê; as tocantinenses são as Javaé Itya Mahãdu, Karajá e Xerente.

Mascote
Com o slogan “Em 2015, somos todos indígenas”, o indiozinho Kalí é o mascote dos JMPI. Segundo o blog Luz e Vida: Missão Amazônia, o nome vem da palavra Kallyhute se originou da língua Aruak, nativa do povo Terena. Seu significado é “humano de pequeno porte” e representa uma criança guerreira. E seu aspecto multiétnico é uma mistura de várias culturas indígenas.

Custos e estrutura
De acordo com o Ministério do Esporte, foram investidos US$ 13 milhões, o que é equivalente a R$ 49 milhões, por meio de um acordo de cooperação técnica com o Programa de Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), e R$ 4.295.867,67 em convênio com a Prefeitura de Palmas.
Segundo o diretor do Comitê Nacional Executivo do Ministério do Esporte, Luiz André Lobo, inicialmente, o projeto estava orçado em R$ 60 milhões, mas o valor foi reduzido e a proposta sofreu algumas modificações. Alguns espaços fixos foram substituídos por estruturas móveis que serão desmontadas ao final do JMPI 2015.
De acordo com a Prefeitura de Palmas, a Vila dos Jogos tem uma área de 260 mil metros quadrados e é constituída pela Arena Green (palco principal dos Jogos), Estádio Nilton Santos, que sediará os jogos de futebol, mais duas estruturas de feiras temáticas (Feira da Agricultura Familiar e Feira das Artes Indígenas), Oca da Sabedoria, Oca Digital, Aldeia Okara, além de praça de alimentação, posto de atendimento médico e estruturas de segurança.
O secretário extraordinário dos Jogos Mundiais Indígenas, Hector Franco, conta que a área da Vila dos Jogos recebeu desde fevereiro rede elétrica, iluminação pública, pavimentação, estrutura de fibra ótica, e infraestrutura de água e esgoto, e conseguiram concluir as obras dentro do prazo. E ainda conta que após o JMPI, toda a estrutura pré-moldada será retirada, e área dará lugar a Vila Olímpica de Palmas.

Aplicativo

A organização do evento, pensando nos turistas de todo o mundo que virão a Palmas para contemplar os JMPI, criou um aplicativo que pode ser baixado gratuitamente na Google Play ou Apple Store. O aplicativo de chama JMPI Guia Tocantins e utiliza recursos de geolocalização e navegação por GPS, e permite que usuária conheça tudo o que a capital do Tocantins tem a oferecer.
O aplicativo ainda oferece, mapa com os principais serviços de Palmas Guia do Turista, busca por comando de voz, geolocalização navegação por GPS, busca telefônica, guia empresarial, guia de Turismo, notícias dos Jogos em tempo real e fotos.
“Palmas está recebendo pessoas de todas as partes do mundo para os Jogos Mundiais Indígenas. E cada um que aqui chegar já pode baixar o aplicativo e conhecer melhor a cidade sede. Informações sobre como chegar, a quais locais ir, horários das competições, tudo disponível a um clique”, diz Hector.
A prefeitura de Palmas tem a expectativa de que o público chegue a 300 mil pessoas.