(PALMAS-TO) - O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) já pode estar investigando se o fato de parentes de desembargadores do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO) ocuparem cargos comissionados no governo do Estado e em outros Poderes, o que configuraria prática de nepotismo cruzado.
Segundo informação da assessoria de comunicação do CNJ, o CNJ está realizando no momento uma inspeção no Poder Judiciário do Tocantins. “Os resultados devem ser divulgados nas próximas semanas, talvez esta denúncia faça parte das investigações”, informou o CNJ.
A denúncia de nepotismo cruzado no TJ-TO foi enviada ao CNJ pelo deputado estadual Sargento Aragão (PPS). Em pronunciamento na Assembleia Legislativa, Aragão mostrou edições do Diário Oficial do Estado que mostram nomeações de parentes de desembargadores no governo, Tribunal de Contas e Assembleia Legislativa.
No ofício encaminhado ao CNJ, Aragão mostra que entre os casos nepotismo está o esposo da presidente do TJTO, desembargadora Jacqueline Adorno de La Cruz Barbosa, Glaucio Barbosa Silva, nomeado para o cargo de subsecretário da Regulização Fundiária Urbana da Secretaria de Habitação (Sehab), desde o dia 1 de janeiro de 2011.
Além do esposo da presidente do TJ, Sargento Aragão apresentou documentos que mostram nomeações de parentes do vice-presidente do TJ, desembargador Luiz Gadotti, que têm nomeações no governo, TCE e na Assembleia. A esposa do desembargador, Fátima Aparecida Lara Gadotti, nomeada Assessor Especial do gabinete do Procurador Geral de Contas do TCE; o filho, Rodolfo Lara Gadotti, nomeado Assessor Especial, DAS-6, para a Secretaria da Administração (Secad), redistribuído para do Gabinete do Governador, e a filha Erliete Gadotti Fernandes, nomeada Analista Técnico-Jurídico da Secad.
Parentes do desembargador José de Moura Filho e do desembargador aposentado José Maria das Neves também foram citados pelo deputado como ocupantes de cargos comissionados.
Em nota enviada à imprensa, o TJ-TO afirmou que não vislumbra a prática de nepotismo cruzado denunciado pelo deputado Aragão, mas que já tinha encaminhado o caso para o CNJ.
Publicado em Tocantins na Edição Nº 14173
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