O interino Mauro Carlesse (PHS) permanecerá à frente do Palácio Araguaia até 31 de dezembro. O candidato da coligação "Governo de Atitude" venceu com larga vantagem o senador Vicentinho Alves (PR), do grupo "A Vez dos Tocantinenses": 368.553 votos para o gestor humanista (75,14% dos válidos), contra 121.908 votos para o parlamentar republicano (24,86% dos válidos). A apuração foi encerrada às 19 horas e 17 minutos.
Ao contrário do primeiro turno, quando somou a maioria dos eleitores (306.877), as abstenções cresceram (355.032), mas foram menores do que a votação do governador eleito, que no dia 3 de junho tinha conseguido 174.275 votos. Os votos nulos também cresceram, de 121.877 para 155.627 neste domingo, 24.
Presidente da Assembleia Legislativa, Mauro Carlesse está a frente do Executivo desde a cassação dos diplomas de governador de Marcelo Miranda (MDB) e de vice-governadora de Cláudia Lelis (PV) por uso de caixa 2 nas eleições de 2014 em um total de R$ 1,5 milhão. Decretada a eleição suplementar, o interino lançou-se candidato em um palanque de peso, com direito a presença do ex-governador Siqueira Campos (DEM), de quatro deputados federais e 10 estaduais.
O mote da campanha de Mauro Carlesse foi a "estabilidade". Para o interino e agora governador eleito, permanecer à frente do Palácio Araguaia seria a solução para garantir a "segurança jurídica" do Tocantins. O discurso lhe garantiu a primeira posição no primeiro turno da suplementar com 30,31% dos votos válidos. Além de Vicentinho Alves, o humanista derrotou Carlos Amastha (PSB), Kátia Abreu (PDT), Márlon Reis (Rede), Mário Lúcio Avelar (Psol) e Marcos Souza (PRTB).
Carlesse manteve a estratégia e o discurso para o segundo turno, mas enfrentou uma campanha agressiva de Vicentinho Alves, que chegou a ter propagandas suspensas por terem se limitado a críticas ao interino ao invés de propostas. O senador também foi responsável por uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) que resultou em operação da Polícia Federal. A corporação visitou o Palácio Araguaia e órgãos estaduais por duas vezes para averiguar possível uso da máquina pública para beneficiar o gestor humanista.
As intensas investidas de Vicentinho Alves e a repercussão negativa por não ter comparecido a nenhum debate não foi o suficiente para tirar a vitória de Mauro Carlesse. Eleito, o humanista deve ser diplomado até o dia 9 de julho, conforme prevê calendário da Justiça Eleitoral. No Palácio Araguaia, o político deverá se dividir entre a própria administração e as articulações para a eleição de outubro, da qual já é naturalmente pré-candidato.
Abstenções e votos inválidos
Assim como no primeiro, o segundo turno da eleição suplementar tocantinense foi marcada pelo altíssimo número de abstenções, de votos nulos e brancos. A ausência do eleitorado quase chegou no número de votos recebidos por Carlesse: 355.032 pessoas deixaram de ir às urnas neste domingo [34,86% do total de eleitores]. Houve também quem compareceu, mas protestou. 17.209 pessoas votaram em branco (2,59%) e 155.627 anularam o voto (23,46). Ao todo, o "não voto" conquistou 60,91% do eleitorado tocantinense.
Quem é Mauro Carlesse
Mauro Carlesse nasceu no município de Terra Boa, Paraná, 25 de junho de 1960. No Tocantins, ocupou-se como empresário e agropecuarista. Iniciou a carreira política ao se filiar ao Partido Verde (PV) em 2011, quando já exercia a presidência do Sindicato Rural de Gurupi. Ele foi candidato a prefeito daquela cidade nas eleições de 2012. Em 2013, filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e candidatou-se a deputado estadual em 2014, conquistando uma vaga para a 8ª Legislatura. Atualmente é filiado ao Partido Humanista da Solidariedade. No dia 08 de julho de 2016 foi eleito presidente da Assembleia Legislativa para o biênio que termina em 2019, mas acabou assumindo o governo interinamente após a cassação de Marcelo Miranda (MDB) e Cláudia Lelis (PV), e agora eleito para o mandato tampão que termina no dia 31 de dezembro deste ano.
Comentários