Ministério da Saúde recomenda que mulheres de 50 a 69 anos realizem mamografia a cada dois anos

PALMAS - O Dia Mundial de Luta Contra o Câncer foi comemorado nessa quarta-feira, 8, mas os dados não são muito animadores para os tocantinenses. Conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o sexo masculino apresentou 1.250 casos novos da doença em 2014. Destes, 410 eram de próstata. No sexo feminino foram 910 casos novos, dos quais o câncer de colo de útero alcançou 180 casos novos, número igual ao do câncer de mama, que também obteve 180 registros.
Segundo tipo mais frequente no mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. De acordo com o Inca, são estimados 180 casos  novos de câncer de mama no Tocantins.

Diagnóstico
O Ministério da Saúde recomenda que mulheres de 50 a 69 anos realizem a cada dois anos o rastreamento da doença, e, se diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é bom. A mamografia é a principal ferramenta para prevenção e diagnóstico precoce.
O Estado disponibiliza seis serviços pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que estão situados em Augustinópolis, Araguaína, Palmas, Paraíso, Gurupi e Dianópolis, para garantir o acesso das mulheres ao exame.
Para o médico mastologista do Hospital Geral de Palmas (HGP), Nilo Coelho Junior, a partir do momento que a paciente consegue detectar lesões o índice de cura aumenta entre 90% e 92%.
“A mamografia é o único exame para o rastreamento, mas no Brasil, como também em outros países, sempre são as mesmas pacientes que fazem o exame, ou seja, tem uma grande parcela da população que não faz a mamografia ou quando realiza é a cada cinco ou 10 anos”, destacou.
Segundo ele, o exame é simples e consegue detectar lesões de meio centímetro de nódulos e alterações nos tecidos mamários, o que pode ser o início de câncer. “A mulher pode sentir um desconforto próximo aos dias da menstruação, mas isso também depende do estado emocional da paciente. Não é um exame dos mais confortáveis, mas também não é algo doloroso”, esclareceu.

Casos
A cabeleireira Eunice de Sousa Costa, 57 anos, descobriu o câncer de mama através da mamografia há 11 meses e está fazendo quimioterapia. Ela percebeu um nódulo no seio ao fazer o autoexame e resolveu procurar o médico especialista. “Por isso, peço as mulheres que façam o exame, é melhor descobrir antes do que quando estiver avançado. Não é fácil aceitar a notícia, mas eu encontrei forças em Deus e na minha família”, contou.
Após fazer a mamografia, a dona de casa Nilcéia Matos, 46 anos, moradora de Ponte Alta, também está tratando de um câncer. Ela descobriu um caroço no seio, procurou a unidade básica e foi encaminhada ao HGP, onde passou por procedimento cirúrgico.
Seu tratamento incluiu quimioterapia e radioterapia, que atualmente continua com a manutenção e medicação oferecida pela unidade hospitalar, mas que se sente muito feliz. “Agora, estou no paraíso e passei a dar mais valor a minha vida. Destaco que mesmo com a falta de tempo as mulheres não deixem de realizar o exame, que não tenham medo, pois o diagnóstico precoce pode evitar maus momentos. A dica é ser forte levantar a cabeça e seguir em frente”, completou.