Após sofrer acidente de trânsito há apenas um mês do São João do Cerrado, Gesianny Vieira não desistiu de dançar como noiva da Malacabados

Quem vê as lindas dançarinas no São do João do Cerrado, com seus vestidos deslumbrantes cheios de lantejoulas e sapatos brilhantes que mais parecem de princesa, não imagina a história de cada uma. São histórias de amor pelo São João, que ficam escondidas atrás das maquiagens e sorrisos. Gesianny Vieira, noiva da Malacabados, é um exemplo de força e dedicação à junina.
Em abril deste ano, quando retornava do trabalho para casa, sofreu um trágico acidente de trânsito. "Um carro bateu na moto em que eu estava, fiquei muito machucada e minha perna ficou prejudicada. Como ia dançar, faltando um mês para começar o festival? Fiquei muito triste, mas a minha família junina me apoiou e   eu consegui superar esse momento e, mesmo sentindo ainda algumas dores, consegui dançar no festival de Ourilândia (PA), realizado uns 20 dias após o acidente, e irei dançar no São João do Cerrado na próxima semana", contou.
Gesianny dança há sete anos e veio para o São João a convite do irmão e da cunhada, que já dançavam quadrilha. "Não sei mais viver sem o brilho e a magia dos festivais! Passamos por muitas dificuldades, às vezes não temos dinheiro para a confecção das roupas, mas corremos atrás, realizamos festas, arrecadamos dinheiro e vamos à luta. Sempre juntos, para levar o nosso melhor para o público".

Superação

Para o presidente da Malacabados e da Comunidade Junina de Araguaína (Cojuara), Relderson Freitas, Gesianny é um exemplo de superação.   "Em 2014 ela perdeu o pai e o irmão, mesmo com toda essa tragédia, ela seguiu na junina, como rainha por dois anos, se consagrou campeã no São João do Cerrado, e este ano se tornou a noiva da Malacabados. Por sua dedicação, quando teve o acidente, reconhecemos sua história de superação e decidimos mantê-la".

Malacabados

Neste ano, a Malacabados traz o tema "A Vida imita a arte". Fundada em 2001, foi campeã do festival São João do Cerrado em 2015 e 2016. Durante a sua trajetória também venceu outros concursos nas cidades paraenses de Ourilândia, Redenção e Conceição do Araguaia. A quadrilha possui mais de 50 membros, entre dançarinos e equipe de apoio.