Investimento mínimo para o Matopiba é de R$ 29 bilhões; valor é inviável, diz Blairo Maggi

Com investimentos necessários na ordem de, no mínimo, R$ 29 bilhões, o projeto de desenvolvimento do Matopiba será, de fato, revisto pelo governo atual. O anúncio foi feito pelo próprio ministro Blairo Maggi (Agricultura) na noite de quinta-feira, 16, durante audiência com o governador do Tocantins, Marcelo Miranda. A nova proposta vai ser levada ao conhecimento dos governadores dos Estados que formam a fronteira agrícola do Matopiba: Tocantins, Maranhão, Piauí e Bahia.
Conforme a Secretaria de Comunicação do Tocantins, o ministro informou que o projeto será mantido, “mas haverá adequações na estrutura”. “Blairo Maggi explicou que o nível de investimento de recursos públicos previstos inicialmente está fora da realidade do momento econômico que o país vive. Uma nova proposta será levada em breve aos governadores dos estados envolvidos”, informa a Secom.

Investimentos  para o Matopiba
No dia 7 de maio, em Palmas, durante inauguração da sede própria da Embrapa, a presidente agora afastada, Dilma Rousseff, e a então ministra Kátia Abreu anunciaram a proposta de criação da Agência de Desenvolvimento do Matopiba.
Na oportunidade, Dilma assinou o encaminhamento do Projeto de Lei que institui a agência, cuja atribuição era implementar um plano diretor elaborado em parceria pelo Mapa e por empresas privadas. O fato ocorreu a quatro dias do afastamento da presidente pelo Senado.
Conforme o anúncio, a agência uniria “os setores público e privado, além da sociedade civil, com objetivo de articular projetos e iniciativas que fortaleçam a região, formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia”. Porém, a proposta não saiu do papel.
Durante a cerimônia, em Palmas, foi anunciado ainda a parceria das empresas Freedom Partners e The Boston Consulting Group (BCG) que elaboraram diretrizes até 2035 para que a região se tornasse referência mundial na tradução do desenvolvimento acelerado do agronegócio em avanços sociais em educação, saúde e infraestrutura básica.
O estudo focava em sete elementos para que a região chegasse ao desenvolvimento: aumentar a produção de grãos, reduzir o custo da produção de soja, manter competitividade no custo logístico, garantir acesso a saneamento e elevar o Produto Interno Bruto Per Capita, a expectativa de vida e o tempo médio de permanência na escola.
As empresas estimaram que para que tudo isso saísse do papel seriam necessários investimentos de R$ 29 a 66 bilhões, sendo a maior parte proveniente da iniciativa privada. As áreas prioritárias dos aportes são infraestrutura logística, educação (oferta de profissionais e técnicos) e serviços básicos (como saneamento e eletricidade).