Agências bancárias de Araguaína estão exigindo que idosos acamados, debilitados e impossibilitados se desloquem até a sede das instituições para a realização da prova de vida cobrada pelo INSS. Sem o procedimento, o idoso pode perder o benefício que recebe.
O caso chegou até o Ministério Público do Tocantins (MPTO) e o órgão expediu recomendações, na terça-feira (15), para colocar fim às ocorrências consideradas 'abusivas, vexatórias e desumanas'.
Conforme o MPTO, alguns casos foram relatados inicialmente nas redes sociais e confirmados pelas casas de acolhimento aos idosos. Ao órgão, o Cantinho do Vovô informou que 'sente na pele o desprezo e descaso no atendimento ao levar os idosos para fazer prova de vida'.
"A maioria dos idosos que estão no Cantinho do Vovô é dependente total por ser cadeirante, acamado, cego e com dificuldades de se locomover. Tem um idoso que não aceita vestir-se de nenhuma forma, passamos constantemente constrangimentos", afirmou.
Já a Casa dos Idosos descreveu como é feita a locomoção e atendimento do idoso. "Quando o idoso é acamado, ele é levado em uma maca na ambulância da nossa instituição. Chegando até o banco, o acompanhante do idoso se dirige ao interior da agência e solicita que algum funcionário se dirija até a porta da agência para comprovar que o idoso esteja vivo e libere seu benefício. Em uma única agência em Araguaína, fomos surpreendidos sempre com o procedimento onde os funcionários não vão até a ambulância, exigindo que o idoso adentre à agência sem se preocupar como o mesmo vai fazer se acamado ou não", frisou.
Na recomendação às agências bancárias de Araguaína, especificadamente a todas as agências do Banco do Brasil, Banco Bradesco e Caixa Econômica Federal, o MPTO recomendou a adoção do atendimento in loco/externo à pessoa idosa acamada, impossibilitada de se deslocar até as agências bancárias e 'pesquisa externa' aos maiores de 80 anos.
Publicado em Tocantins na Edição Nº 16490
Bancos são acusados de prática desumana contra idosos em Araguaína
Idosos são carregados em macas e ambulâncias até agências bancárias para provar que estão vivos
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