Mário Lúcio Avelar com o presidente da Fieto, Roberto Pires

A Federação das Indústrias do Tocantins (Fieto) recebeu na manhã dessa quarta-feira, 23, o candidato do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) na eleição suplementar do dia 3 de junho, o procurador da República licenciado Mário Lúcio Avelar. O encontro é mais um da série "Café com Política". Em sua apresentação, o socialista defendeu a implantação de um "sistema tributário justo" e criticou os chamados "políticos tradicionais", em especial, os deputados estaduais: "Não fazem outra coisa a não ser pensar nos seus interesses pessoais", resumiu.
"É impossível desenvolver o Tocantins se o Estado não fizer o que cabe a ele. Mas precisamos também fazer uma união com a iniciativa privada para fomentar a geração de emprego e renda na nossa sociedade. Isso passa por uma via de mão dupla. É necessário que o governo ofereça um sistema tributário justo, que as pessoas voltem a consumir e que a indústria volte a produzir. Não podemos apenas pensar nos interesses próprios, chegou a hora de pensar no todo", afirmou o candidato.
Segundo Mário Lúcio, nenhum postulante ao cargo de governador vai conseguir resolver todos os problemas do Tocantins em seis meses, mas é preciso que os gestores tenham compromisso com o bem-estar social da população. "É necessário que a sociedade tenha coragem de ousar, precisamos eleger alguém de fora desse sistema que aí está, alguém que tenha coragem, que tenha o compromisso de tirar o estado dessa situação de miséria e de atraso", disse.

Políticos tradicionais
O procurador licenciado também aproveitou para criticar os chamados "políticos tradicionais" do Tocantins. "É preciso enfrentar os políticos tradicionais que se alojam no poder, nas instituições e se valem delas para defender seus interesses privados perante o Estado. Eu me refiro especificamente à Assembleia Legislativa, que é um covil de deputados que não fazem outra coisa a não ser pensar nos seus interesses pessoais, não se importando com o prejuízo que isso causa ao Estado", disparou em especial.
"Temos que enfrentar essa situação, esse gargalo e esse ciclo vicioso de políticos que são eleitos, que buscam o poder, se enriquecem no poder, que fazem da política sua eterna profissão, perpetuando essa estrutura de dominação, de manutenção de cabos eleitorais, de corrupção que se auto alimentam e se auto reproduzem. O Brasil tem jeito, o Tocantins tem jeito. Mas é preciso encontrarmos uma situação política que seja capaz de superar esse subdesenvolvimento", complementou Mário Lúcio.

Indústria
Na ocasião, o presidente da Fieto, Roberto Pires, destacou entraves que precisam ser combatidos para o desenvolvimento industrial, tais como investimento insuficiente em infraestrutura, alta carga tributária, participação da indústria no Produto Interno Bruto (PIB) e concentração dos empregos na máquina pública.
"Um Estado que já chegou a investir 35% da receita líquida em infraestrutura, chega a um investimento perto de zero. A participação do nosso PIB da indústria aqui também vem diminuindo e hoje é de 18%, sem contar que mais de 42% dos empregos estão ancorados na máquina pública. Não há condições de desenvolvimento com um cenário deste", citou o presidente acerca dos principais gargalos.

Agenda em Palmas
Avelar esteve na terça-feira, 22, levando suas propostas para os comerciantes do camelódromo de Palmas. Durante sua passagem pelo local, o candidato recebeu apoio dos populares e afirmou que sua campanha vem ganhando corpo e crescendo nesta final da campanha.
"Faltam menos de 15 dias para a eleição e nós estamos sentindo uma maior mobilização das pessoas em prol do nosso nome, seja presencialmente, pelos apoios recebidos ou nas redes sociais", disse Mário Lúcio.
Em sua conversa com os eleitores no centro comercial popular de Palmas, Mário Lúcio disse que o Governo do Tocantins precisa olhar com mais atenção para os pequenos e médios empresários.
"É preciso que o Estado seja um braço de auxílio para o fomento e crescimento do empreendedorismo. Os negócios que aqui estão são legalizados, geram renda para a Capital, movimentam a economia e a contratação de empregos. Então, é preciso que os empresários e comerciantes tenham acesso a linhas de créditos com formas mais flexíveis para pagamentos e juros abaixo dos que são oferecidos pelo mercado", afirmou o candidato.