O Seminário Regional Educação Empreendedora reuniu 500 educadores, entre professores, coordenadores e diretores da Rede Municipal de Ensino de Araguaína e região, no auditório do Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (Unitpac). O evento contou com uma palestra ministrada pela diretora técnica do Instituto Crescer, Luciana Allan.
Realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em parceria com a Prefeitura de Araguaína, a Associação Comercial e Industrial de Araguaína (Aciara), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e a Associação Tocantinense de Municípios (ATM), o seminário faz parte da preparação da edição 2018 do Projeto Jovem Empreendedor Primeiros Passos (JEPP).
Nesta edição, também será inclusa a Educação Financeira nas escolas municipais de Araguaína, antecedendo em dois anos a previsão do Ministério da Educação (MEC). Implantado em 2015, o JEPP já capacitou mais de 14 mil alunos e, neste ano, mais de quatro mil crianças araguainenses de turmas do 4º e 5º anos do Ensino Fundamental participam do projeto.
Luciana Allan apresentou pesquisas para despertar interpretações do conhecimento público sobre a educação e como a tecnologia e suas metodologias podem ser aplicadas em sala de aula. "A melhoria da qualidade da Educação é uma questão urgente e somente com um novo olhar, muita criatividade, coragem e disposição iremos reverter os resultados educacionais, sendo capazes de colaborar para que crianças e jovens sejam capazes de ter e perseguir seus sonhos".
O superintendente do Sebrae-TO, Omar Hennemann, reconheceu o tom de mudança e comentou sobre como aprendeu na prática sobre empreendedorismo. "O meu sonho era comer pão de padaria, mas eu não tinha dinheiro. Na escola eu trocava o que tinha em casa, como ovo e frutas, com meus amigos para comer o pão. É na gambira que acontecia. Hoje, existe didática para aplicar esses conhecimentos em conjunto com prefeituras e outras instituições. Tema transversal no currículo do aluno no qual Araguaína é nossa maior parceira".
Uma pequena e grande palestra
Além da palestra, a noite teve apresentação de coral e dança das escolas da rede municipal de ensino, e discurso de um aluno do 4ª ano da Escola Joaquim de Brito Paranaguá que arrancou aplausos e gritos do auditório. Impecavelmente vestido, João Paulo Sousa e Silva nem precisou do papel com o texto escrito para falar ao público.
"Estou lutando pelo meu futuro. Educação empreendedora para sermos bons profissionais e empresários responsáveis. Ganhar dinheiro de forma honesta e responsável", disse em um dos trechos. Ele ainda terminou contando sobre a própria expectativa sobre o futuro. "Meu sonho é ser presidente do Brasil".
De acordo com o secretário municipal de Educação, Jocirley de Oliveira, a educação empreendedora deixa um legado para um futuro cada vez melhor. "O JEPP desperta uma visão diferente nos alunos, nos professores e até nos pais. Sem o envolvimento de todos seria impossível alcançar os objetivos. Essas crianças irão crescer e fazer coisas maravilhosas para nossa Araguaína".
Empreendedorismo na prática
Araguaína é pioneira e referência em educação empreendedora no Tocantins. A parceria com o Sebrae proporciona a capacitação dos professores e fornecimento do material didático para ser aplicado em sala de aula. Ao final do processo, os alunos realizam uma feira para aplicar o conhecimento.
Uma pequena exposição foi realizada nos corredores do Unitpac durante o evento. Alunos das escolas municipais José Ferreira de Barros e Tereza Hilário com auxílio dos educadores organizaram venda de doce, salgados e artesanatos. Em grupos divididos em barracas, as crianças faziam a oferta e cobravam pelos produtos.
A coordenadora da Escola Municipal Tereza Hilário, Noelma Carvalho Braga, acompanhava os alunos do 4ª ano Carlos Eduardo, Vitória, Yara Caroline e Yara Araújo. Eles colocaram à venda porta-canetas, bonequinhas e lixeirinhas para carro. De acordo com a coordenadora, o produto é feito pelas crianças com uso de materiais disponíveis na escola.
"A escolha do que será produzido é dos próprios alunos. O porta-canetas, por exemplo, é feito com caixinhas de leite vazias, TNT e EVA. Neste caso, conseguimos trabalhar temas de meio ambiente com a reutilização de materiais e matemática usando o sistema monetário, principalmente para explicar números decimais".
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