Xambioá (TO) – A segurança nas unidades prisionais do Tocantins voltou a ser criticada após o acusado Anderson de Araújo Souza conseguir fugir da cadeia pública de Xambioá, na madrugada de sábado, 15. No júri popular no dia 11 de junho deste ano, ele foi condenado a 28 anos de prisão por homicídio, estupro e por participar do assassinato da professora Isabel Pereira da Silva. Ela foi encontrada morta em um terreno baldio no centro de Xambioá, com sinais de violência. O crime correu no dia 28 de junho de 2009.
Segundo informações extraoficiais, Anderson, que foi preso em Rondonópolis (MT) e recambiado para Xambioá em junho para que fosse julgado pelo crime, dividia cela com mais dois presos que não fugiram.
Um amigo da família de Isabel, que não quis ser identicado, afirmou que tanto Anderson como os demais condenados pelo homicídio deveriam se encontrar no Presídio Barra da Grota. “Se ele e os outros já são condenados deveriam ter sido encaminhados para o Presídio Barra da Grota, que é o local para condenados. Ainda mais uma pessoa com a periculosidade dele (Anderson). Ele cometeu homicídios tanto em Mato Grosso quanto em Araguanã e Xambioá, no Tocantins “, contou.
A fonte contou ainda que, de forma informal, por meio de um grupo formado na rede do whatsaap, foi informada que Wagner Mendes da Silva também acusado de participar do crime era quem cuidava da cadeia quando a fuga ocorreu. Wagner foi condenado a 15 anos pela morte e mais sete por estupro no mesmo juri popular. “Já houve um caso semelhante a esse, ou seja, que presos são responsáveis pela unidade carcerária no lugar de agentes penitenciários ou prisionais. Se o outro condenado estava responsável pela unidade, se isso for realmente verídico, houve facilitação na fuga”, criticou.
A fonte contou que na tarde desta segunda-feira, 17, iria procurar a secretária de Defesa e Proteção Social, Gleidy Braga, para solicitar que intensifique as buscas pelo fugitivo. “Acredidamos que será um pouco complicado localizá-lo, visto que ele tem apoio de diversas pessoas na região e os familiares do ex-marido de Isabel (Sérgio) poderiam estar dando suporte para essa fuga”, comentou.
A fonte lamentou o incidente. “Lamentamos muito o ocorrido. Essa a fuga retrata a atual situação do sistema penitenciário no Estado. Temos diversos policiais civis que estão exercendo a função de agentes penitenciários e que estão querendo retornar para suas atividades. Há diversos agentes administrativos contratados fazendo o papel de agente penitenciário. Se todos esses servidores estivessem realmente imbuídos na segurança do local com certeza a fuga não teria acontecido. Esperamos que o fugitivo seja recapturado o mais rápido possível”, criticou.
Para a fonte o que resta é uma situação de impunidade. “O sistema penitenciário, de uma forma irresponsável, não faz sua parte, ou seja, não garante a segurança para a população mantendo esses criminosos dentro da cadeia. O Anderson é uma pessoa completamente perigosa, que está solta e que pode revidar tanto contra a família de Isabel que reside em Xambioá quanto a que mora em Palmas. Essa fuga não deveria ter acontecido”, enfatizou.
Outros condenados
No mesmo julgamento de Anderson e Wagner, também foram condenados Roseli Francisco Alves da Silva e Sérgio Mendes da Silva por participarem da barbárie. Roseli foi condenada a 15 anos pela morte e mais sete por estupro. Sérgio foi condenado a sete anos e seis meses de prisão por estupro e absolvido pelo crime de homicídio. Este último, que era casado com a vítima, foi apontado nas investigações como o responsável por planejar o assassinado de Isabel.
Mentores do assassinato
Os mentores do assassinato de Isabel devem ser julgados ainda neste ano. Neste novo serão julgados os mentores, agenciadores e financiadores, ou seja, Ronaldo Espindola Silva, Jenner Santiago (sobrinho da ex-prefeita Ione Leite), Clênio Rocha (ex-vice prefeito de Xambioá) e Wilmar Leite (esposo da ex-prefeita Ione).
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