BRASÍLIA - De julho de 2014 a janeiro deste ano, os agricultores familiares acessaram R$ 16,5 bilhões do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O valor é 21% maior do que o financiado no mesmo período da safra passada (2013/2014). Já são mais de 1,2 milhão de contratos. A maior parte destinada a investimentos, como compra de tratores e colheitadeiras.
Vários fatores podem explicar o aumento do volume de operações, segundo o diretor de Financiamento e Proteção à Produção da Secretaria da Agricultura Familiar do MDA, João Luiz Guadagnin. “Podemos citar a adimplência dos agricultores familiares, a participação dos movimentos sociais, as ações dos agentes financeiros que operam o crédito rural, o comportamento dos preços dos produtos, os serviços de assistência técnica e extensão rural, o seguro da agricultura familiar e o Programa de Garantia de Preços da Agricultura Familiar”.
Do total contratado, os agricultores familiares aplicaram um pouco mais de R$ 9 bilhões, em mais de 807 mil contratos, em operações de investimento para a aquisição de tratores, colheitadeiras e outras máquinas agrícolas, matrizes, implantação de sistemas de armazenagem e de irrigação, projetos de melhoria genética, adequação e correção de solo, recuperação de pastagens, ações de preservação ambiental, entre outros.
Para as operações de custeio foram mais de R$ 7,4 bilhões, em mais de 444 mil operações. Os recursos se destinam às atividades agrícolas e pecuárias, especialmente à aquisição de insumos, fertilizantes, realização de tratos culturais e colheita, beneficiamento ou industrialização do produto financiado, produção de mudas e aquisição de sementes certificadas e fiscalizadas.
As mulheres, na safra atual, foram responsáveis por R$ 2,4 bilhões em mais de 340 mil contratos.
Exemplo
O agricultor familiar Luís Widz, 49 anos, vive com os pais, a mulher e quatro filhos em uma propriedade rural em Horizontina (RS). Em 20 hectares, ele planta milho, soja, laranja e pêssego. Também cria vacas, galinhas e peixes. Luís acessa as linhas de crédito do Pronaf desde a criação do Programa. O agricultor já obteve custeio pecuário e agrícola (milho e soja) e, atualmente, comprou uma caminhonete, pelo Pronaf Mais Alimentos, para facilitar o transporte dos produtos até à cidade, onde são comercializados.
“Herdei dos meus pais o gosto pela terra e não pretendo sair do campo. Pago o financiamento sempre em dia. Faço o possível para ter o nome limpo e conseguir o crédito novamente, quando precisar”, destaca Luís.
*Os valores foram fornecidos pela Diretoria de Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural (Diorf), Departamento de Regulação, Supervisão e Controle das Operações do Crédito Rural e do Proagro (Derop), do Banco Central, que gerencia o Sistema de Operações do Crédito Rural e do Proagro (SICOR).
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