(Piracanjuba - GO) - Os quatro envolvidos no caso do avião apreendido em Piracanjuba (GO) foram liberados pela Polícia Civil na noite desse domingo, 22. A informação foi confirmada pela advogada Natália Spadoni, que revelou que a fiança foi paga pelos familiares dos acusados Roberto Carlos Maya Barbosa, Douglas Schimitt e Marco Antônio Jayme Roriz. Após habbeas corpus apresentado pela defesa, o valor da fiança dos suspeitos foram reduzidos, e, no caso de Lucas Marinho Araújo, retirado.
Natália Spadoni disse que não souberia responder exatamente o valor pago pelas famílias dos acusados para a liberação, mas confirma que houve diminuição da fiança. “Entramos com habbeas corpus, solicitamos a diminuição e mostramos que a capacidade financeira não era igual ao cobrado. A do Lucas foi retirado”, disse. A imprensa divulgou no sábado, 20, que o juiz estipulou R$ 70 mil de fiança para Douglas Schimitt, com quem foram encontrados R$ 500 mil. Depois foi divulgado que o valor teria sido reduzido em 50% pela Justiça, o que derrubaria o valor para R$ 35 mil.
A advogada afirmou que o caso “não tem conexão” com crime eleitoral. “O dinheiro não tem procedência [eleitoral]. O Douglas é empresário, está com dificuldades financeiras”, alegou sobre o suspeito com quem foi encontrado o dinheiro. Questionada sobre como Schimitt, mesmo endividado, teria conseguido adquirir empréstimo de alto valor - segundo a Polícia goiana R$ 1.505.900 foram depositados na conta poupança de Lucas -, Natália Spadoni disse que ele não teria conseguido aprovar a operação se não tivesse comprovado que tem dinheiro a receber nas empresas. “Ele [Schimitt] tem empresas, ainda tem contratos. Não há conexão nenhuma com política”, reafirmou.
O empresário Ronaldo Japiassú, da Construtora Alja, contou durante entrevista na manhã de ontem que teve que pagar uma dívida R$ 60 mil a um advogado porque Schimitt, que era o devedor, não tinha como quitá-la. O débito foi feito para promover um show em Porto Nacional. 
Em seu depoimento, Schimitt contou à Polícia de Piracanjuba que tomou o empréstimo de R$ 1,5 milhão numa factoring de Brasília, chamada Mais 2. Ele disse ter recebido da empresa “aproximadamente dez cheques de R$ 100 mil e de aproximadamente dois cheques de R$ 200 mil”, que foram depositados na conta poupança de Lucas Marinho Araújo, na Caixa Econômica Federal. 

Nenhuma mudança

A advogada Natália Spadoni disse ainda que os envolvidos no caso não mudaram o depoimento após contato com os advogados, conforme informou o delegado Ricardo Chueire. “Até agora não teve mudança nenhuma”, afirmou.
Contudo, Chueire disse em nota na sexta-feira, 19, que na Delegacia de Pirancanjuba, “todos, menos o piloto, confessaram aos policiais que aquele dinheiro se destinava a custear despesas de campanha do candidato Marcelo Miranda ao governo de Tocantins, porém, ao terem o direito de acesso a advogado, mudaram a versão e passaram a afirmar que seria fruto de um empréstimo tomado por Douglas em Brasília e que a conta do piracanjubense Lucas teria sido emprestada para isso, ou seja, receber o dinheiro”.