Willian Marinho
A União Nacional dos Garimpeiros e Mineradores do Brasil, através do diretor Paulo Sérgio Gomes Delaure, encaminhou manifestação em desfavor do presidente da Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada-Coomigasp, Edvaldo, contestando a contratação de empresa para a continuidade das escavações mecanizadas no túnel da mina. Segundo ele, em decorrência da "caduquice" do alvará de lavra e para isso quer que seja feita a licitação pública.
"O que nós queremos é que tudo seja feito de forma legal e não escondido, diretamente. É preciso a concorrência pública e, desta forma, saberemos quem é de fato a empresa e se tem condições de executar os serviços", disse ele.
Para Paulo Gomes, nenhum empresário vai investir neste projeto sem ter a segurança legal quanto a contratação da empresa. "É por isso que estamos exigindo e alertando as autoridades para que seja fiscalizada a iniciativa da Cooperativa que, segundo dizem, já está acertada com uma empresa indiana para ser contratada de forma direta e sem que se tenha informações em quais condições fora ou está sendo contratada", alertou ele.
O diretor também informou através de oficio ao Ministério Público Federal em Marabá, sobre o abandono da mina. "Fizemos a denúncia ao MPF e até o momento não obtivemos respostas. A opinião geral é de que atualmente as questões relacionadas a esta mina tem estado sob circunstâncias que indicam graves fraudes, como a assembleia no dia 18 de junho de 2017, onde poucas dezenas de associados estiveram habilitados para votar o aumento de percentual para 70 por cento do lucro para a empresa e apenas 30 por cento para os 36 mil associados, relativos a produção resultante da lavagem de uma imensa montoeira de entulhos das escavações manuais de 1980, sob a autorização inapropriada da Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Pará, sem exigência da construção de uma represa para contenção da lama da referida lavagem", acrescentou.
Ele afirma ainda que este mesmo equívoco aconteceu há três anos, "quando em uma assembleia fraudada houve aumento e percentual da empresa Colossus para 75 por cento, ficando 25 para os associados, na produção da mina de ouro. Na ocasião, o MPF de Maranhá não antecipou-se ao crime, que depois o ilustre procurador da República, André Haupp, não conseguiu anular, vindo o juiz federal Carlos Hadda sentenciar a favor, considerando Serra Pelada no âmbito federal. Depois foi constatado mais de 18 mil associados falsos que votaram em benefício da Colossus, que depois faliu", afirmou.
Preocupado com a falta de transparência, novamente Pedro Gomes pediu, ainda através de oficio, apoio da Câmara de Vereadores de Imperatriz, que por sua vez enviou ao Ministério Publico de Imperatriz oficio em que requere o acompanhamento do MPF aos acontecimentos que antecedem a assembleia da Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada, que pretende a contratação de uma empresa de mineração para dar continuidade às escavações mecanizadas no túnel da mina de ouro. 70 por cento dos 36 mil associados são cidadãos de Imperatriz e através dos quais haverá circulação de renda de mais de 2 bilhões de reais relativos à camada, contendo mais de 50 toneladas (sondado) de ouro, faltando apenas 20 metros de escavação, conforme indicam os resultados do alvará de pesquisa da mina.
O diretor da União Nacional finaliza afirmando que o desejo da entidade e dos mais de 36 mil associados é que tudo seja feito de forma transparente e pública, e não escondido.
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