A busca por redução no consumo de combustível tem levado vários fabricantes de veículos e de componentes automotivos a desenvolver novos métodos, alguns até inusitados. Sabe-se, por exemplo, que algumas transmissões automáticas ou automatizadas de dupla embreagem possuem uma função “roda livre”, onde o câmbio desengrena e fica em ponto morto, deixando o veículo rolar com a inércia. Isso geralmente ocorre em desacelerações ou em declives longos, onde se pode obter mais economia.
Até então, com a injeção eletrônica, andar na “banguela” não trazia mais a vantagem que na época do carburador. Agora a tecnologia é outra e já existe até motor que desliga sozinho nessas circunstâncias, praticamente deixando o veículo à mercê da física. A Toyota decidiu seguir esse caminho e ter um câmbio que possa entrar em neutro sob certas condições, a fim de poupar combustível.
De acordo com o Escritório de Marcas e Patentes dos Estados Unidos, a Toyota registrou uma tecnologia que consiste em um câmbio manual comum, mas que possui um sistema de gerenciamento eletrônico que permite manter o veículo em ponto morto durante a condução. O dispositivo funciona com um controlador eletrônico que detecta a desaceleração do veículo e aciona de forma automática a embreagem.
Assim, sem o contato entre motor e câmbio, o veículo pode rodar sem tração e assim economizar combustível. Mas o invento não fica apenas nisso. Para assegurar que um motorista inexperiente engrene uma marcha errada ou em velocidade incompatível, pinos na caixa servem para travar essa mudanças indesejadas, garantindo melhor condução, segurança e durabilidade. A patente da Toyota não revela os detalhes no funcionamento dessa tecnologia, mas ela deve reduzir os custos com transmissões e aproximar mais a velha caixa manual de suas correspondentes automáticas.
Também não se sabe quando o invento irá ganhar as ruas dos EUA e do mundo. Atualmente, a Toyota se apoia nas caixas de transmissão automáticas com conversor de torque e CVT, bem como manual, variando apenas no número de marchas e aplicação. Fabricantes como Volkswagen e Mercedes-Benz, por exemplo, apostam alto nas automatizadas de dupla embreagem e agora também em suas versões híbridas, que carregam dentro do dispositivo um motor elétrico para reduzir os esforços do motor.
No Brasil, o uso de caixas automáticas ou CVT cresceu bastante com a introdução em carros compactos, tais como o líder Chevrolet Onix e o Toyota Etios. Mas, ainda é bem presente o câmbio automatizado em alguns modelos.
Publicado em Regional na Edição Nº 15943
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