Uma centena de manifestantes com o objetivo de chamar a atenção para os problemas já existentes na rede municipal de ensino causados pela terceirização dos serviços

O Sindeducação realizou, ontem, uma grande manifestação contra o Projeto de Lei 4.330/04 (PL da Terceirização). A ação integrou o conjunto de protestos realizados pelo país, neste 15 de abril, intitulado o Dia Nacional da Paralisação.
O objetivo do movimento foi chamar a atenção para os problemas já existentes na rede municipal de ensino causados pela terceirização dos serviços. “Nossos professores são assaltados dentro da escola, traficantes invadem nossas quadras e os alunos levam armas para a sala de aula. Tudo isso é consequência da precária segurança nas unidades de educação básica, que não contam com servidores efetivos na vigilância”, afirmou a presidente do Sindeducação, professora Elisabeth Castelo Branco.
O sindicato reuniu, na Praça Deodoro, dezenas de professores e militantes de centrais sindicais e movimentos sociais como a CSP Conlutas, CGTB, Assimus, Apruma e Movimento Hip Hop Militante Quilombo Brasil, que criticaram o PL e denunciaram os riscos de sua aprovação no Senado.
“Esse é o maior ataque aos direitos trabalhistas de todos os tempos. Não podemos permitir que ele seja validado”, disse o professor da rede municipal e membro da CSP Conlutas, Hertz Dias.
A categoria distribuiu panfletos de sensibilização para a sociedade civil, alertando sobre a situação de caos nas esferas terceirizadas da educação municipal de São Luís. Além da segurança, a Prefeitura terceiriza os serviços gerais, o setor administrativo das escolas, a merenda e o transporte escolar.

Precarização
Sobrecarga de trabalho, salários defasados e atraso no pagamento são as principais consequências sofridas pelo trabalhador terceirizado. Os vigilantes da Servi-San, que prestam serviço nas escolas da rede pública municipal (reduzidos em 50% desde 2013), paralisaram seus serviços este ano por falta de pagamento da Prefeitura.
A prestação de serviços gerais, realizada pela Classi, também sofreu redução de 50% na quantidade de funcionários nas escolas e os operacionais remanescentes enfrentam, hoje, a sobrecarga de trabalho.
Recentemente, o Sindeducação denunciou, ainda, o recolhimento da merenda escolar nas escolas pela SP Alimentos, empresa responsável pelo fornecimento e preparo das refeições.