Encontro promovido pela SES com profissionais de saúde de Balsas para tratar de meningite

Profissionais das redes de saúde estadual, municipal e particular dos municípios da regional de Balsas, onde ocorreram casos de meningite, estão sendo orientados sobre as formas de prevenção e tratamento da doença. Paralelamente, dirigentes da Secretaria de Estado da Saúde (SES) cobram mais empenho dos gestores municipais para que a cobertura vacinal das crianças contra a doença seja alcançada.
Na quarta-feira (19), no Rotary Internacional, técnicos da SES reuniram os profissionais da saúde em Balsas para esclarecer dúvidas sobre os sintomas e formas de tratamento da meningite. “É importante esta comunicação com médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem para que possamos ter diagnósticos e tratamentos precisos”, justificou o secretário adjunto de Vigilância em Saúde da SES, Alberto Carneiro.
Na região de Balsas foram notificados 46 casos de meningite. Destes, 25 estão confirmados, 13 em investigação e oito foram descartados. Neste mesmo período ocorreram sete óbitos com suspeita da doença, sendo três confirmados e quatro em investigação. “Estamos há seis dias sem casos novos, mas ao mesmo tempo queremos esclarecer a população e garantir que estamos preparados para avaliar e tratar os pacientes que aparecerem”, completou Alberto Carneiro.
A meningite é uma doença que causa inflamação no cérebro, trazendo febre, dor de cabeça, vômitos, manchas vermelhas pelo corpo e endurecimento do pescoço. Mesmo sendo perigosa, a enfermidade tem tratamento e prevenção. Por ser uma doença infecciosa, a transmissão só acontece quando há contato muito próximo com quem está doente ou por meio da aglomeração de pessoas em locais fechados.
O governo do Maranhão está tomando todas as providências para proteger o sul do estado da meningite. Foi formado um grande corpo técnico, com bacteriologistas, médicos infectologistas e intensivistas, aeromédicos e enfermeiros, para dar todo o apoio necessário à equipe de saúde da região para assistência à população.
A infectologista Rosangela Cipriano explicou que a doença meningocócica ocorre principalmente em indivíduos que se infectaram recentemente porque a imunidade dos portadores não é absoluta. E também informou que a meningitidis afeta apenas os humanos. “A infecção se inicia quando o indivíduo inala secreção respiratória originária de portadores de meningococo, na orofaringe ou rinofaringe”, explicou.
Também estavam presentes no encontro, aeromédicos que estão na região para dar suporte aos pacientes. Eles atuam no helicóptero de resgate do grupo Tático Aéreo (GTA), equipado para o transporte de paciente cujo quadro clínico recomende a imediata remoção para uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
 
Vacinação

Técnicos da SES também estiveram quinta-feira (20) nos municípios de São Raimundo das Mangabeiras, Sambaíba e Loreto, locais onde ocorreu a maioria dos casos de meningite. Eles reuniram com secretários municipais de saúde, enfermeiros e agentes comunitários de saúde para esclarecer sobre sintomas da doença, formas de tratamento e solicitar maior empenho nas coberturas vacinais de crianças menores de dois anos.
“O gráfico de meningite está caindo em todos os municípios, mas precisamos ficar vigilantes para o aparecimento de novos casos. E uma das formas mais eficazes de prevenção é a vacinação em crianças menores de dois anos, por ser a faixa mais susceptível. A vacina está disponível em todos os postos de saúde”, justificou a superintendente de Epidemiologia da SES, Maria das Graças Lírio.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, os municípios de São Raimundo das Mangabeiras, Sambaíba e Loreto não alcançaram a cobertura vacinal de crianças de zero a dois anos.
Graça Lírio explicou que o bloqueio feito com a quimioprofilaxia nos contatos das pessoas que desenvolveram a doença foi a medida mais eficaz na redução dos casos. “Mas precisamos ficar alertas para o aparecimento de novos casos. Temos que saber reconhecer os sintomas, diagnosticar e procurar imediatamente o posto de saúde e fazer uma busca ativa deste paciente”, enfatizou.
Para tratar sobre todos estes procedimentos, a Regional de Saúde promoverá na próxima terça-feira (25), no Rotary Internacional de Balsas, um treinamento para os técnicos municipais da vigilância epidemiológica, atenção básica, laboratoriais e assistência hospitalar dos quatro municípios onde ocorreu o surto de meningite. “É preciso que os profissionais tenham sabedoria para trabalhar para diagnosticar, tratar e dar continuidade ao monitoramento ao trabalho realizado”.
A coordenadora de Imunização da SES, Helena Almeida, disse que é inconcebível que uma criança menor de dois anos de idade venha a óbito por meningite. “A vacina contra meningite está no calendário básico de vacinação de toda criança e é uma das formas de prevenção e promoção da saúde. É preciso compromisso de pais, agentes comunitários de saude e profissionais de saúde, na atualização das cadernetas de vacinação”, disse.
    Como meta para atingir a cobertura vacinal, os secretários municipais e agentes comunitários de saúde comprometeram-se a fazer um rastreamento das crianças menores de dois anos que não foram imunizadas com a meningococica. “Vamos solicitar ainda a parceria dos professores, da comunidade e de todos os profissionais de saúde na identificação dessas crianças, para que possamos vacinar e evitar novos casos de meningite”, afirmou a secretária de saúde de Loreto, Nádia Carvalho. Faziam parte da equipe da SES também os enfermeiros André Vasconcelos e Flavinia Marinho.