Famoso pela assistência clínica aos animais, na sexta-feira, 09 de setembro, se comemora o Dia do Médico Veterinário em todo o Brasil. No entanto, a amplitude da atuação deste profissional vai muito além do atendimento a cães e gatos e abarca funções essenciais para a garantia da Saúde Única, que integra animal, ser humano e meio ambiente.
Para conscientizar a população brasileira do papel desempenhado pelos médicos veterinários, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) criou uma campanha, com depoimentos de profissionais e estudantes, que será veiculada, durante todo o mês, para explicar o trabalho do profissional em diferentes áreas, como apicultura, aquicultura, instalação animal, animais selvagens e segurança dos alimentos.
“O curso de Medicina Veterinária vai muito além do estudo dos animais, ele se dedica à produção de vacinas, à inspeção de alimentos, à conservação de espécies através do estudo genético, à vigilância sanitária. O médico veterinário é também responsável pelo controle de medicamentos na área animal e por estudos e pesquisas para tratamento e erradicação de doenças causadas por animais, como dengue, doença de chagas, raiva, e muitas outas. Até nos detalhes que não vemos, o médico veterinário está presente”, defende o vice-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV/MA), Lauro Queiroz.
No Maranhão, um exemplo dos diferentes serviços prestados pelos médicos veterinários para a promoção de bem estar para animais e para a sociedade pode ser encontrada na Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged), órgão responsável pela inspeção e fiscalização sanitária, pelo controle epidemiológico de zoonoses, pela garantia de alimentos seguros entre outras tarefas.
O presidente da Aged, Sebastião Anchieta, conta que quando ingressou no curso de Medicina Veterinária deseja se tornar clínico e cirurgião de bovinos e equinos. “Eu comecei a minha carreira fazendo isso, mas, logo entrei na iniciativa pública e, com 24 anos, me tornei o coordenador de produção animal do estado. No setor público, nós conseguimos montar a defesa e a inspeção de produtos e subprodutos de origem animal no estado, e, hoje, nós temos o resultado com o crescimento da pecuária, das indústrias e dos frigoríficos”, conta.
Ainda que o desempenho de tarefas de defesa agropecuária esteja sendo cada vez mais reconhecido nacional e internacionalmente – como se pode observar pela abertura do mercado norte-americano para a carne brasileira in natura depois da comprovação da equivalência sanitária – esta área ainda é pouco explorada na formação universitária do médico veterinário. “Antigamente, os cursos não tinham nada sobre o assunto na grade curricular, mas, hoje, a Uema já conta com um curso de mestrado profissional em Defesa Sanitária Animal, por exemplo, que tem permitido atualizar os conhecimentos dos nossos profissionais”, explica Sebastião.
Trabalho de campo
O médico veterinário que atua como fiscal agropecuário deve ser um profissional dinâmico e ter domínio do conhecimento em diversas áreas. Uma de suas principais tarefas é a vigilância sanitária, ou seja, observação cotidiana de ocorrências de enfermidades. Caso alguma doença seja identificada, ele notifica imediatamente os órgãos responsáveis, como a Aged e o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), além de tomar as providências necessárias para que a enfermidade não se propague.
A rotina do fiscal agropecuário inclui visita às propriedades, trabalho nos Postos Fixos de Fiscalização, realização de blitz, controle de todas as vacinações dos animais, coleta de material para diagnóstico, inspeção dentro de matadouros e laticínios e outras atividades para garantir a saúde dos animais e da população na área pela qual ele é responsável. (Seane Melo)
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