Primeiros aparelhos recuperados são da cidade de Caxias. O foco é consertar equipamentos para atender pessoas com COVID-19, no interior do Estado - Divulgação

SÃO LUÍS - O Sistema FIEMA, por intermédio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/MA), entregou, nesta segunda (06/07), os dois primeiros respiradores mecânicos totalmente recondicionados e prontos para uso, provenientes da Secretaria Municipal de Saúde de Caxias, que estavam sem funcionar. 
Os equipamentos, no total de sete, passaram por uma análise técnica e posterior recondicionamento, mediante viabilidade técnica. Do total, cinco equipamentos aguardam a reposição de peças.
A iniciativa integra o projeto nacional do SENAI "+ Manutenção de Respiradores", uma rede voluntária em todo o Brasil para realizar a manutenção de respiradores mecânicos que estão sem uso, a fim de ajudar no tratamento de pacientes com a COVID-19. 
Os respiradores mecânicos são essenciais no tratamento de doentes que apresentam sintomas graves da COVID-19, pois a Síndrome Respiratória Aguda Grave é um dos efeitos mais sérios da doença. A estimativa é que cada ventilador recuperado possa atender até dez pessoas. 
No Maranhão, a ação conta com a parceria do Sistema FIEMA e das empresas Alumar, Cimento Bravo, Montisol Construção e da MSI Hospitalar - que está fazendo a calibração e certificação necessária para a liberação à rede de saúde municipal, além da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem). 
O Centro de Educação Profissional e Tecnológica do SENAI - Raimundo Franco Teixeira, localizado em São Luís, montou um laboratório exclusivo de manutenção para atender essa demanda. Outros dois aparelhos da Secretaria Municipal de Saúde de Pinheiro também estão sendo avaliados pela equipe do SENAI, que é formada por dois instrutores de eletroeletrônica, um especialista e agentes de manutenção, além de outros profissionais voluntários autônomos. 
O SENAI conta também, nessa ação, com a parceria do SESI, que disponibilizou um equipamento compressor-de-ar para operação no laboratório de manutenção, além de empresas locais especializadas, que estão fornecendo as peças de reposição. Em alguns casos, as peças estão sendo produzidas pelas impressoras 3D do SENAI.  
O diretor regional do SENAI, Raimundo Arruda, aponta que o setor industrial não tem medido esforços para reduzir os efeitos da crise e garante que o SENAI está devidamente capacitado para fazer a manutenção correta dos equipamentos. 
"Sabemos que o déficit de respiradores é enorme. Esperamos recuperar o máximo de respiradores nas próximas semanas e contribuirmos para salvar muitas vidas. Além dos respiradores, também estamos produzindo, no SENAI do Maranhão, máscaras de proteção (tecido e face shield). A nossa pretensão em breve é criar um curso de manutenção de respiradores e equipamentos hospitalares. No Brasil, o SENAI Nacional já recuperou e entregou à rede de saúde mais de 1700 aparelhos. Essa é também a orientação do nosso presidente Edilson Baldez, e sabemos que, somente juntos, vamos superar essa crise", ressaltou Arruda. 
"Essa é uma grande iniciativa do Sistema Indústria no Maranhão, por meio da FIEMA e do SENAI. Nós sabemos da importância que é um respirador hoje, e as dificuldades para se adquirir esse aparelho. A FIEMA e o SENAI estão de parabéns por essa grande ação", destacou o diretor da Federação, Celso Gonçalo, que representou o presidente Edilson Baldez na entrega dos respiradores. 
"Em nome da Prefeitura de Caxias eu só tenho a dizer que essa iniciativa da FIEMA e do SENAI é de extrema importância para o povo de Caxias nesse momento tão difícil de pandemia, onde os respiradores são os salvaguarda da vida. Nós estamos falando de salvar vidas. Não tenho palavras para expressar a nossa satisfação e gratidão em receber esse suporte que é muito importante para nós", destacou o secretário municipal de Saúde de Caxias, Carlos Aberto Martins, que disse que os equipamentos serão alocados na UPA da cidade. 
Para o superintendente da FIEMA, Cesar Miranda, o que fica com essa iniciativa é a parceria entre as entidades e as empresas. "Só temos a agradecer as empresas que atenderam ao chamado da Federação, por meio do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF), e a secretaria de Saúde de Caxias. Entendemos que essa parceria é uma obrigação nossa nesse momento. Damos aqui a nossa parcela de contribuição para salvar a vida das pessoas", enfatizou Miranda. 
PROCESSO - "Todo nosso processo começa com uma pré-análise do equipamento que, na maioria das vezes, já está parado há muito tempo. Depois dessa etapa é feito um orçamento de custo de peças para viabilização do recondicionamento", destacou o gerente do SENAI - CEPT Raimundo Franco Teixeira, Sebastião Chagas Júnior, que ressaltou que todos os aparelhos recebidos estavam sem funcionar antes da pandemia. 
Para o especialista do SENAI-MA, Ênio Lucas, que está participando de todo o processo de recuperação dos respiradores, o foco é ajudar os hospitais e instituições de saúde sem recursos financeiros disponíveis para fazer a manutenção, nesse momento, e que estejam com seus equipamentos parados. "Entramos com nosso conhecimento técnico, procuramos parceiros da área que tem expertise no assunto, engenheiros e nosso time de instrutores de eletroeletrônica para colaborar com o sucesso desse projeto, que nos deixa muito orgulhosos com o resultado, que é salvar vidas", finalizou Ênio. (Coordenadoria de Comunicação e Eventos da FIEMA)