Hemerson Pinto
Uma página que será virada algum dia, mas dificilmente esquecida por quem está envolvido neste capítulo marcado por cenas que proporcionam suspense em um roteiro que remete para um final feliz. Os homens e mulheres, com seus mais de 30 anos hoje, eram na maioria crianças que assistiram em 1994 à pequena ‘Mucuíba’ dar os primeiros passos para virar cidade.
Na época, foi necessário um plebiscito onde a população foi consultada se era a favor da emancipação. Então, do município de João Lisboa nasceram Buritirana e Senador La Rocque e os povoados que antes pertenciam a João Lisboa foram divididos entre os ‘recém-nascidos’.
O tempo passou e agora a pergunta: ‘Quem é o pai da criança’. Levando em consideração a consulta popular realizada há 21 anos, é Senador La Rocque quem detém os direitos sobre os territórios de 15 povoados e dois projetos de assentamentos. Porém a lei que garantiu a realização do plebiscito deixou brechas encontradas pelo município de Buritirana, que agora quer integrar ao seu território povoados como Jenipapo, Olho D’Água, Ingarana, Centro dos Machados, Cajá Branca, Passondas, entre outros.
O problema é porque os milhares de habitantes destes locais não aceitam a ideia e querem continuar sendo chamados de larroquenses. Chegamos ao motivo dos protestos que há mais de um ano são realizados em maiores ou menores proporções, mas são. Só esta semana foram três, que renderam prisões de trabalhadores rurais e vereadores. O da última quarta-feira começou nas ruas e foi encerrado na Praça do Mercado.
A vontade das comunidades afetadas é conseguir a realização de um novo plebiscito, desta vez para perguntar de que lado a população quer ficar, Buritirana ou Senador La Rocque. A resposta não está difícil. Difícil é saber se essa oportunidade será dada. Lembrando que para os dois municípios os povoados são importantes: quanto maior a população e o território, possibilidades de mais recursos em caixa para arcar com serviços importantes e caros, como saúde e educação.
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