A Ong Repórter Brasil apresentou, nesta quinta-feira (9), o relatório do projeto Escravo Nem Pensar 2018, desenvolvido em parceria com a Organização Mundial do Trabalho (OIT), Ministério Público do Trabalho do Maranhão (MPT-MA), Governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação (Seduc), e Comissão Estadual de Erradicação ao Trabalho Escravo (Coetrae). 
O objetivo do projeto, desenvolvido nas escolas públicas, é prevenir os jovens do trabalho escravo contemporâneo, que atinge milhares de maranhenses, no campo e na cidade. Segundo a OIT, o Maranhão ocupa o primeiro lugar no ranking nacional de naturalidade de trabalhadores resgatados.
Entre os resultados apresentados pela coordenadora nacional do programa, Nathália Suzuki, destaca-se o número de pessoas prevenidas do trabalho escravo, nesta segunda edição do projeto, no Maranhão: mais de 217 mil pessoas impactadas diretamente, quase o dobro da primeira edição que preveniu 131 mil pessoas dessa prática degradante. Suzuki assinalou, ainda, o papel relevante de atuação da Coetrae do estado - a primeira instituída no país - diante de um contexto político adverso.
O secretário de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular e também presidente da Coetrae, Francisco Gonçalves, destacou o trabalho de prevenção como uma das principais formas de combate ao trabalho escravo, visto que os alarmantes números de trabalhadores em condições análogas à escravidão que se tem conhecimento, no Brasil, tratam apenas de trabalhadores resgatados. 
"Temos mais de 53 mil trabalhadores resgatados no Brasil e, dada a dificuldade de localização desse trabalhador e a falta de recursos humanos e financeiros dos órgãos de fiscalização, acreditamos que este número se trata apenas da ponta do iceberg", avaliou o secretário. 
O procurador-chefe do MPT-MA, Luciano Aragão, destacou a relevância do projeto para a sensibilização da sociedade, não apenas com a pauta do trabalho escravo, mas para a temática dos direitos humanos de modo geral e acrescentou: "Além disso, boa parte da comunidade fora da escola é impactada indiretamente, como as famílias e amigos desses alunos".