São Luís - O secretário de Estado de Saúde, Ricardo Murad, informou à imprensa, nessa sexta-feira (28), em entrevista coletiva, quais os fatos que levaram à interdição da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Infantil Juvêncio Matos (HIJM) até segunda-feira (31). Ele afirmou que todas as medidas foram adotadas para proteger os 13 recém-nascidos que estão internados naquela unidade de saúde estadual, entre eles o bebê com suspeita de varicela neonatal infectada, encaminhado pelo Hospital da Criança, na quarta-feira (25).
Ricardo Murad concedeu a entrevista ao lado do coordenador da Central de Regulação da Secretaria de Estado de Saúde, Egídio Ribeiro; da gestora da Rede de Saúde do Estado, Socorro Bispo; e do diretor geral do Complexo Hospitalar Materno Infantil (que compreende o Hospital Infantil Juvêncio Mattos e a Maternidade Benedito Leite), Cláudio Araújo. Ele esclareceu que houve falha no processo de encaminhamento e admissão do paciente, e determinou a revisão de procedimentos para evitar que problemas como esse voltem a ocorrer na rede estadual.
“Todas as medidas profiláticas necessárias foram adotadas e as crianças que já estavam internadas na UTI do Juvêncio Matos, por outros problemas de saúde, continuam sem alteração. Nada indica, até agora, uma contaminação. Além disso, estamos transformando leitos da unidade semi-intensiva em leitos de UTI, para que se possa atender a demanda enquanto durar a interdição”, explicou Ricardo Murad.
O secretário também determinou a abertura de uma sindicância para apurar o caso, já que o recém-nascido internado com quadro de varicela (catapora) não era o mesmo para o qual havia sido liberado um leito de UTI no Juvêncio Matos, autorizado pela Central de Regulação Estadual.
“Há uma determinação minha de averiguar se houve quebra de protocolo, por parte dos encarregados de cumprir esses procedimentos, e adotaremos as devidas providências para ajustar, ainda, mais o controle da Central de Regulação, para que não ocorram novamente fatos como este, já que um leito destinado a um determinado paciente recebeu um outro, vindo de uma unidade de saúde do município de São Luís, sem que este notificasse a troca do paciente e o seu diagnóstico”, disse.
Irregularidades - De acordo com as informações preliminares, o Hospital da Criança havia solicitado a internação na UTI do Juvêncio Matos para a recém-nascida identificada como D.R.S, que devido à gravidade do seu quadro não pode sequer ser transferida. Por isso, na madrugada do dia 25, a Central de Regulação de São Luís teria encaminhado outro bebê, vindo do município de Santa Luzia do Paruá, sem informar a substituição do paciente à Central de Regulação Estadual.
Para Egídio Ribeiro, essa falta de comunicação gerou o problema. “Nós funcionamos 24 horas, com médicos reguladores, tentando disponibilizar ao usuário do SUS a melhor alternativa para aquele quadro que ele apresenta. E foi o que fizemos! Disponibilizamos um leito para uma criança com um quadro específico que não teve condições de ser transportada, e o hospital resolveu substituir o paciente, sem fazer a comunicação devida”, avaliou.
Cláudio Araújo esclareceu que a entrada do recém-nascido C.L.R no Hospital Juvêncio Mattos foi prontamente aceita, devido a gravidade em que o mesmo chegou àquela unidade. Ele contou que o quadro de saúde da criança era tão grave que os procedimentos para entubá-la foram feitos, ainda, dentro da ambulância do Hospital da Criança. Os médicos suspeitaram que se tratava de um caso de varicela aproximadamente 24 horas após a internação, com o surgimento de bolhas e outros sintomas característicos no recém-nascido. A partir de então foram adotadas as providências de prevenção para resguardar os outros recém-nascidos na UTI.
“A criança que está com a suspeita de varicela está isolada e dentro de cinco a sete dias teremos os resultados dos exames que enviamos ao instituto Fleury, em São Paulo. Todas as crianças que estão na UTI já foram medicadas com uma espécie de vacina, os pais foram avisados e não estamos tendo maiores problemas”, concluiu o diretor.
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