A nota oficial de protesto e repúdio da presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, às declarações ofensivas do secretário nacional de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, Paulo Maldos, atacando agricultores pobres do Maranhão, surtiu efeito. Maldos havia se referido aos pequenos agricultores que estão sendo expulsos da área considerada indígena como “gente ligada ao crime organizado” e “plantadores de maconha”, mas acabou se retratando, também em comunicado oficial.
Leia abaixo a nota da CNA e, em seguida, a retratação do secretário.
NOTA OFICIAL
DA CNA
A declaração do secretário de Articulação Social da Secretaria Geral da Presidência da República, Paulo Maldos, de que os agricultores pobres, enxotados de suas terras no Maranhão pela Funai, são “plantadores de maconha”, configura violência ainda maior que a do despejo que lhes foi imposto.
Além de despojá-los do seu meio de sobrevivência, atacou-lhes a honra e a integridade. Não é verdade o que afirmou à “Voz do Brasil”.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) vem a público repudiar as declarações levianas, irresponsáveis e ideológicas de um servidor público mau intencionado, contra as quais buscará as medidas judiciais cabíveis.
Esse despejo repete a violência praticada na antiga Fazenda Suiá-Missu, onde, além de destruir moradias e escolas, os ativistas da Funai, sem meios de justificar aquele gesto hediondo, acusaram os trabalhadores de “gente ligada ao crime organizado”.
A tática é repugnante: trocam a justificativa pela ofensa, não provam o que dizem e infligem perdas irreparáveis a centenas de famílias de trabalhadores. Um crime de lesa-Pátria.
Brasília, 5 de janeiro de 2014.
Senadora Kátia Abreu
Presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
Nota à imprensa
Em relação à desintrusão da terra indígena Awá-Guajá gostaria de esclarecer que não foi minha intenção generalizar e afirmar que os agricultores que se encontram naquele local são plantadores de substâncias ilícitas. No local vivem muitos agricultores corretos e decentes. Se houve qualquer mal entendido a partir de minhas declarações, deixo claro que não foi essa minha intenção.
Esclareço, ainda, que o processo de desintrusão é resultado de uma decisão judicial e o que Governo Federal apenas tem se empenhado em cumprir, com seriedade e responsabilidade, a decisão da Justiça.
Brasília, 7 de janeiro de 2014.
Paulo Maldos
Secretário Nacional de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República
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