Secretário-adjunto da SES, Alberto Carneiro, detalha os casos de raiva humana em São Luís

São Luís - Dois óbitos por raiva humana foram registrados no município de São Luís este ano. A informação foi confirmada durante entrevista coletiva, realizada na tarde dessa sexta-feira (20), na sede do Centro de Informação Estratégica de Vigilância em Saúde (CIEVS). A primeira morte foi atestada por meio de laudo do Instituto Pasteur, de São Paulo, nessa quinta-feira (19). Já o outro caso foi ratificado por meio de análise no laboratório da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), nessa sexta (20).
As vítimas foram Maria Gerlândia Marins, de 36 anos, moradora da Vila Embratel; e Luís Carlos Araújo Barbosa, de 23 anos, morador do Tibirizinho. De acordo com o secretário-adjunto de Estado de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Alberto Carneiro, há mais de 10 anos não se registrava casos de raiva humana em São Luís.
Até o momento, 17 casos ocorreram na Região Metropolitana de São Luís, sendo 1 em Paço do Lumiar, 3 em São José de Ribamar e 13 na capital. Em todo o ano de 2011, foram 52 casos nos três municípios - não houve registro em Raposa.
“É preciso responsabilidade dos gestores públicos para controlar os animais, principalmente aqueles que apresentam doenças no sistema nervoso. Os animais sem dono devem ser retirados de circulação das ruas pelos Centros de Zoonoses municipais”, informou.
Também participaram da coletiva o chefe do Departamento de Controle de Zoonose, Salim Jorge Waquim Neto; o professor doutor da Universidade Federal do Maranhão (Uema) na área de doenças infecciosas, Hamilton Pereira dos Santos; o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária e Zootecnia do Maranhão (CRMV-MA), Osvaldo Serra; o médico infectologista, consultor da Ses e pesquisador da FioCruz (BA), Jackson Costa; a superintendente de Epidemiologia e Controle de Doenças da Ses, Maria das Graças Lírio Leite; o diretor-geral da Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged-MA), Fernando Mendonça Lima e a coordenadora Estadual do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde, Jakeline Trinta Reis.
Alberto Carneiro reforçou, ainda, que o cidadão, ao observar animal com suspeita da doença também pode contribuir no combate à raiva ligando para o Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura de São Luís (98 3212-4816). Os centros dos municípios são responsáveis pela retirada dos animais soltos nas ruas. Após exames, se constatada a ausência do vírus, o animal ficará disponível para doação.
Carneiro ressaltou que o Centro de Informação Estratégica de Vigilância em Saúde (CIEVS/SES), também, está à disposição dos cidadãos para receber informações sobre casos suspeitos da raiva. O contato pode ser feito pelo número (98) 3212-2232.

Alerta

De acordo com a superintendente de Epidemiologia e Controle de Doenças da SES, Maria das Graças Lírio Leite, é importante alertar a população, principalmente os moradores de áreas com foco da raiva animal, para que as pessoas agredidas (com mordidas ou arranhões) procurem atendimento médico, pois é grande o risco de desenvolvimento da doença.
“Além da criação de um plano de contingência para evitar o aumento no número de casos de raiva e a extinção da doença, é importante sensibilizar os profissionais da saúde, como médicos, enfermeiros e agentes de saúde, sobre o tratamento adequado”, ressaltou. Ela lembrou ainda que a melhor estratégia de combate à raiva é a imunização dos animais.
Para o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária e Zootecnia do Maranhão, a raiva é um caso de utilidade pública que deve ser vigiado pelos órgãos. “O Conselho de Medicina Veterinária está atento e tem cobrado dos responsáveis a retirada dos animais das ruas. Temos feito fóruns e seminários voltados ao combate da doença, estimulando os donos de clínicas veterinárias a observar com cuidado os sintomas dos animais”, disse Osvaldo Serra. Ele reforçou que em casos de animais soltos o cidadão deve comunicar o fato ao Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura de São Luís.
Os cuidados a serem tomados após a pessoa ser mordida ou arranhada por cão ou gato foram destacados pelo médico infectologista Jackson Costa. “É primordial fazer a limpeza do ferimento com água e sabão. Em seguida é importante procurar o posto de saúde e receber o atendimento vacinal e até com soro, de acordo com a necessidade de cada caso”, afirmou. (Stephanie Coutinho)

Raiva humana

A raiva é uma doença que ataca mamíferos, em geral, cães e gatos e pode ser transmitida aos homens. É causada por um vírus mortal, tanto para os homens quanto para os animais. Em alguns países desenvolvidos, a raiva humana está erradicada e a raiva nos animais domésticos está controlada, mas ainda é efetuada vigilância epidemiológica em função dos animais silvestres. No Brasil, a doença ainda não foi erradicada, por isso, todos os anos o Ministério da Saúde promove campanhas de vacinação contra a doença.

Primeiros sintomas

A raiva humana se manifesta por meio de sintomas como febre moderada, dor de cabeça, dificuldade respiratória, dificuldade de ingestão de líquidos, insônia, ansiedade e distúrbios sensoriais, além de desorientação psicomotora.

Vacinação

A partir do terceiro mês de idade, todos os cães e gatos devem ser vacinados. A vacina é gratuita e encontrada em 11 postos fixos em São Luís. Os animais também podem ser vacinados no Centro de Controle de Zoonose (CCZ) da Uema e nos Centros de Saúde da Santa Bárbara, Itapera, Vila Esperança, Anjo da Guarda, São Bernardo, Tibiri, Maracanã, Turu, Estiva e no Socorrinho do Cohatrac.