O evento foi o marco inicial da elaboração do Plano Estadual de Agricultura de Baixo Carbono no Maranhão

As estratégias para a redução da emissão de gás carbônico na agricultura maranhense foram discutidas durante todo o dia dessa terça-feira (16) no Seminário Agricultura de Emissão de Baixo Carbono no Maranhão, realizado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Pesca (Sagrima), com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Maranhão (Faema). A abertura do evento, que aconteceu no auditório da Assembléia Legislativa, foi feita pelo secretário da Sagrima, Claudio Azevedo, pelo presidente da Faema, Hilton Coelho de Sousa, e o presidente da Agência de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Agerp), Jorge Fortes.
O seminário reuniu produtores, agentes financeiros, estudantes e professores de agronomia, pesquisadores, profissionais e todos os atores envolvidos no setor produtivo. Teve como objetivo sensibilizar quanto à importância de utilizar alternativas em busca de uma agricultura sustentável com o uso de processos tecnológicos que neutralizam ou minimizam os gases de efeito estufa no campo, chamada de Agricultura de Baixo Carbono (ABC).
A redução da emissão de gases de efeito estufa foi um compromisso voluntário do governo brasileiro. O acordo foi firmado durante a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-15), que aconteceu em 2009, em Copenhagen, na Dinamarca.
Para cumprir o acordo, uma das ações do Mapa é o aumento dos financiamentos agrícolas voltados para a recuperação de pastagens degradadas, integração Lavoura-Pecuária-Floresta, sistema de plantio direto, fixação biológica de nitrogênio, plantio de florestas e tratamento de dejetos animais.
O secretário Cláudio Azevedo explicou que o governo estadual está se aliando ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que tem como meta reduzir, até 2020, 17% do total de 01 bilhão de toneladas de gás carbônico poluentes produzidos no Brasil. “Precisamos cada vez mais divulgar o Programa ABC. A Sagrima já criou o Comitê Gestor Estadual, irá capacitar cerca de 90 profissionais para aumentar a quantidade de financiamentos agrícolas voltados para esses sistemas e, em dezembro deste ano, iremos realizar uma oficina para a elaboração do nosso plano estadual”, informou o secretário.
A palestrante do Mapa, Kátia Marzall, informou que 18 estados do Brasil já criaram seu grupo gestor e que até o momento três estados já elaboraram o plano estadual e outros sete estão finalizando a elaboração dos seus planos. “Esse seminário realizado pela Sagrima é muito importante para alavancar o programa ABC no Maranhão e os produtores estão bastante interessados em participar desse processo”, avaliou Kátia Marzall.
Os produtores que adotarem práticas sustentáveis em suas propriedades têm mais facilidade de acesso às linhas de financiamento dos bancos oficiais, contando com limite de crédito de até R$ 1 milhão e taxa de juros de 5,5%, percentual que ficará ainda mais baixo no Plano Agrícola e Pecuário 2012/13: 5%.
De acordo com o representante do Banco do Brasil, Tarcísio Gerroto, que apresentou a palestra “Os mecanismos de Financiamento para o ABC”, até agora o banco financiou R$ 15,5 bilhões, sendo 74% para a pecuária e 24% para a agricultura. Os empréstimos foram feitos nos municípios de Imperatriz, Açailândia, Balsas, Chapadinha, Lago da Pedra e São Raimundo das Mangabeiras. “Esperamos que até o final do ano esse valor alcance os R$ 20 milhões”, informou.
Capacitação - Cerca de 30 profissionais da Agerp participarão nesta quarta-feira (17), em São Luís, de uma capacitação voltada para a elaboração de financiamentos voltados para a minimização e neutralização de gás carbônico na agricultura. Até o final do ano, a Sagrima vai capacitar mais 60 profissionais. Os cursos acontecerão em Santa Inês e Presidente Dutra.
Grupo Gestor - O Grupo Gestor Estadual do Programa ABC no Maranhão é composto por representantes da Sagrima, Federação dos Trabalhadores do Estado do Maranhão (Fetaema), Federação da Agricultura e Pecuária do Maranhão e Sistema Nacional de Aprendizagem Rural (Faema/Senar), Embrapa Cocais, Agência de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural do Maranhão (Agerp), Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged), Bancos da Amazônia, do Nordeste e do Brasil e das secretarias de Desenvolvimento Social e de Meio Ambiente e da Superintendência Federal da Agricultura.