São Luís - Totalmente reformada, ampliada e modernizada, a Biblioteca Pública Benedito Leite, órgão vinculado à Secretaria de Estado de Cultura (Secma), será entregue pela governadora Roseana Sarney e secretária Olga Simão, nesta quinta-feira (9), às 11h. Com investimento de R$ 7 milhões, sendo R$ 5,5 milhões em obras civis e o restante em equipamento, a obra de recuperação total do prédio foi executada pela equipe da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra).
Os serviços consistiram na recuperação de toda a estrutura física, incluindo substituição do telhado e ampliação do anexo (Biblioteca Infantil Viriato Corrêa), e também a troca das instalações elétrica, hidráulica, sanitária e da rede lógica. Com a obra, que teve início no fim de 2010, o prédio ganhou novos espaços, todos climatizados, com tecnologia de ponta e acessibilidade a pessoas com necessidades especiais.
Entre as novidades, estão a Biblioteca do Bebê (pioneira no país), Espaço de Leitura (usuário leva seu próprio livro para ler) e o palco e a sala de projeções de filmes, instalados no prédio anexo da Biblioteca Infantil Viriato Corrêa. Há novas acomodações também para os setores de Direitos Autorais, Informação Utilitária, Telecentro, Salas de Multimídia e de Microfilme e Laboratório de Higienização e Digitalização do Acervo. A área do Setor de Braille foi ampliada e seu acervo passa a dispor de novos livros.
No campo dos equipamentos modernos, a Biblioteca Pública passa a contar com um Scanner de microfilmes (que digitaliza direto para impressora, pen drives e disco rígido; permite que o usuário salve uma cópia da informação digitalizada e realize a pesquisa em casa; se conectado à internet, permite o envio das obras digitalizadas, por e-mail) e um Scanner planetário (permite a digitalização de obras encadernadas e em folhas soltas, até o formato A2, tendo como características a alta qualidade e velocidade de digitalização, a baixa exposição dos originais à luz, o não uso de radiação ultravioleta e a não emissão de reflexos mesmo com papéis brilhante).

Acervo
O acervo da Biblioteca Pública foi enriquecido com 10 mil obras. Com isso, serão mais de 140 mil títulos, entre livros, jornais, revistas, manuscritos, microfilmes, diários oficiais, livros em braille e obras raras.
“O acervo é valioso não só pela quantidade, mas fundamentalmente pela qualidade da informação que disponibiliza aos seus usuários”, afirmou a diretora da Biblioteca Pública Benedito Leite, Rosa Maria Ferreira Lima.
A Biblioteca Pública desenvolve uma série de ações de incentivo à leitura. Na lista de projetos, estão Terça na Biblioteca, Quinzena do Livro Infantil e Juvenil, Arraial da Tia Nastácia, Férias na Biblioteca, Natal na Biblioteca, Livro na Praça, Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler) e Semana do Livro Infantil. O espaço ficará aberto ao público da aberta de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 19h.

HISTÓRIA DA BIBLIOTECA PÚBLICA
A Biblioteca Pública Benedito Leite está completando 182 anos, sendo um monumento à leitura e ao conhecimento no Maranhão. Criada pelo então presidente da província, Cândido José de Araújo Viana, em 3 de maio de 1831, tendo como origem uma subscrição popular e voluntária e recebendo o nome de Biblioteca Pública Estadual, a Casa até hoje abriga acervo de livros, revistas, obras de arte, coleções de jornais maranhenses datados desde a Independência (1822) e manuscritos do século XVIII.
Ponto de encontro de jornalistas, escritores, professores, bibliotecários, entre outros intelectuais, a Biblioteca Pública desempenha um papel de relevância cultural no Maranhão e no país. Sua história registra um comprometimento com os anseios populares, tanto por propiciar o livre acesso ao conhecimento, como por ser a maior guardiã da memória cultural do estado.
Prova disso é que na Casa de Leitura foram proferidas as famosas Conferências da Universidade Popular do Maranhão e fundadas a Oficina dos Novos, a Sociedade Cívica das Datas Nacionais e a Academia Maranhense de Letras.

Mudanças de endereço
A primeira sede da Biblioteca Pública Benedito Leite foi o Convento do Carmo, na Rua do Egito, onde foi inaugurada em 3 de maio de 1831. Mas, muitas foram as mudanças nesses anos de trajetória. No ano de 1851, o espaço foi anexado ao Liceu Maranhense. Depois, pela Lei nº 752 de 1º de junho de 1866, ficou sob a guarda do Instituto Literário Maranhense. Em 10 de junho de 1872, passou aos cuidados da Sociedade 11 de Agosto, com instalações no pavimento superior de prédio da Rua do Egito, onde depois funcionou a Assembleia Legislativa do Estado.
Já no dia 4 de abril de 1883, foi aberta ao público na Igreja da Sé, retornando ao Convento do Carmo em 1886, onde permaneceu abandonada e esquecida. No ano de 1892, é transferida para a Rua Afonso Pena. Três anos após, o acervo foi levado para o prédio da Rua da Paz, hoje Academia Maranhense de Letras, onde reabriu ao público em 25 de janeiro de 1898, sob a direção de Antônio Lobo. No período de 1914 até 1927, retornou ao prédio da Rua do Egito para a parte térrea, sendo novamente transferida para o casarão da Rua da Paz.

Prédio atual
O prédio atual, localizado na Praça do Pantheon, antigo Campo do Ourique, e onde antes fora edificado o Quartel do 5º Batalhão de Infantaria, erguido em 1797, foi inaugurado em 12 de setembro 1951. O projeto do prédio é do engenheiro civil maranhense Antônio Bayma.
Em estilo clássico, com cúpula central, alas semicirculares e vãos de janelas encimados por frontões, possui no seu interior, salões de leitura para o público e um auditório no 4º pavimento, que foi reformado e modernizado. A homenagem ao ilustre maranhense Benedito Leite data de 1958.