Integrantes do CAPSad entregam ao delegado Sebastião Uchôa o Relatório sobre a Cracolândia

São Luís - Membros da equipe do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPSad), mantido pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), entregaram, na quinta-feira (17), em reunião realizada na sede da Superintendência de Polícia Civil da Capital, o relatório sobre a situação dos usuários de drogas atendidos pela instituição. Os dados são relativos à última ação realizada na Avenida Projetada, no João Paulo, local que ficou conhecido como cracolândia por conta da presença de dependentes de crack na área.
Participaram da reunião o superintendente de Polícia Civil da Capital, delegado Sebastião Uchôa, e o coordenador da ação, delegado Jovelino Furtado; o diretor do CAPSad, Marcelo Costa, e integrantes de sua equipe, além de uma representante da Secretaria Municipal de assistência Social e do Hospital Estadual Nina Rodrigues.
A ação no João Paulo foi realizada dia 26 de abril e teve como objetivo possibilitar aos usuários de drogas presentes no local a possibilidade de tratamento, disponibilizando atendimento psicológico, psiquiátrico e terapêutico a dependentes de crack e outras drogas na rede estadual de saúde. Foi a terceira ação na área, sendo que as duas anteriores ocorreram em junho e outubro do ano passado.
Das 29 pessoas encaminhadas à sede do CAPSad, sete eram moradores de rua com vínculos familiares rompidos e sem endereço; três foram diagnosticados com sintomas psicóticos; cinco foram encaminhados ao Hospital Nina Rodrigues para desintoxicação e tratamento de doenças mentais; dois foram encaminhados para as clínicas La Ravardière e São Francisco, ambas conveniadas com o Sistema Único de Saúde (SUS); três iniciaram tratamento no CAPSad; e duas, por serem menores de idade, foram encaminhadas aos familiares e tiveram seus casos notificados ao Ministério Público.
O restante dos pacientes foram orientados a retornar ao tratamento no dia seguinte à ação e a equipe do CAPSad tem organizado visitas domiciliares a estes dependentes químicos. “Cada um destes pacientes tiveram sua situação avaliada pela equipe do CAPSad e os que representavam um risco para si mesmos ou para os outros, com capacidade de discernimento comprometida, foram encaminhados para internações”, explicou o psiquiatra Agnaldo Fertunes, do CAPSad.
Marcelo Costa explicou que o tratamento ministrado é realizado por uma equipe multiprofissional. “Foi importante termos levado os usuários para o ambiente do CAPS, pois eles puderam ver, de perto, que há um lugar para o tratamento que abrange muitas etapas, que é possível de ser feito”, destacou. “Além disto, contamos com um suporte do Hospital Nina Rodrigues, que destina leitos para usuários que em processo psicótico ou em fase de abstinência”, completou.
O superintendente Sebastião Uchôa explicou a intenção destas ações. “Hoje a Polícia atua em duas frentes. Uma é a repressão ao tráfico e a outra são estas incursões no sentido de possibilitar o tratamento aos usuários e assim reter este mercado consumidor”, disse.
O delegado Jovelino Furtado disse que as ações de incursão nestes espaços vão continuar. “Locais como o lixão do São Cristóvão, a chamada cracolândia do Maiobão, áreas do Centro e Itaqui Bacanga, entre outros espaços, também serão alvos destas ações conjuntas”, anunciou. As datas destas futuras ações não foram anunciadas.