Fogo destruiu cerca de 45% da reserva indígena Arariboia

Para garantir mecanismos mais eficazes de combate às queimadas no Maranhão, o Governo do Estado produziu, por meio do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc), um estudo sobre a incidência de focos em áreas indígenas.

O Maranhão possui 21 áreas consideradas Terras Indígenas - TI’s, abrangendo cerca de 24 mil km² de áreas protegidas, distribuídas em 30 municípios. As áreas com maiores registros de queimadas do Estado foram as aldeias Arariboia, Cana Brava, Porquinhos e Bacurizinho. As terras com menor incidência foram as de Morro Branco e a de Kanela (Triângulo), totalizando cerca de 41 mil focos em 2015.
O Instituto de Pesquisas Especiais (Inpe) registrou, em todo o país, 228 mil focos de queimadas. Segundo o Inpe, eles são provocados sobretudo pela ausência de chuvas e secas constantes. No Maranhão, além desses aspectos, os excessos de roças de toco, os tipos de técnica de queimada na colheita da cana, além da identificação de pontos de desmatamento ilegal, colaboraram para a incidência.
O governador Flávio Dino destacou as medidas do Governo do Estado para impedir o avanço das queimadas. “Esse é um processo de responsabilidade do Governo Federal, mas que conta com todo o nosso suporte, com a presença do Corpo de Bombeiros e dos equipamentos de segurança do Estado, para enfrentar essa situação grave”, destacou o governador ao lembrar o trabalho desempenhado pelo Corpo de Bombeiros do Maranhão na reserva indígena de Arariboia.
Para o pesquisador do IMESC, Yata Anderson Gonzaga, o Estado deve investir na produção de estudos específicos que avaliem os aspectos socioeconômicos e ambientais das Terras Indígenas. “Percebe-se, a partir dos dados analisados, a necessidade de se institucionalizar e investir em mecanismos que façam a integração de análises avançadas, visando o compartilhamento das informações de forma transversal como forma de subsidiar uma gama de ações envolvendo esses espaços”, pontuou Yata.