O deputado Raimundo Cutrim (PCdoB) disse nessa terça-feira (28), durante pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa, que tem acompanhado com preocupação o movimento paredista da Polícia Civil e da Polícia Militar, que ameaçam entrar em greve a qualquer momento no Estado do Maranhão.
O parlamentar revelou que, ideologicamente, sempre foi contra a greve de policiais, desde o início de carreira. Cutrim lembrou que na década de 90, quando vinha de Rondônia numa operação policial, chegou a Brasília e foi impedido de entrar no prédio da Polícia Federal por militares do Exército que tinham cercado a instituição.
Para Cutrim, a greve em serviços essenciais já deveria ter sido há muito tempo regulamentada pela União. “Acho que a greve deve ser proibida. Já imaginou se o Exército e a Polícia Federal entrarem em greve. Eu já tive o desprazer de acompanhar o fato. Não pude entrar na minha casa porque a polícia a abandonou”, disse.
Na avaliação de Cutrim, o diálogo é importante, mas o que se observa são alguns órgãos de comunicação incentivando a greve e isso é um ato criminoso. “A população precisa da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil. Não admitimos greve porque a polícia está amadurecida. Vamos conversar”, afirmou.
Dedicação exclusiva
No pronunciamento, o deputado Cutrim comentou que viu o percentual de reajuste proposto e admitiu que é pouco para o trabalho das polícias Civil, Militar e do Corpo de Bombeiros, mas a categoria tem que ver o que o governo do Estado pode pagar, e os acordos de reajustes salariais que devem ser feitos em quatro anos.
“Não podemos fechar e dizer que em 2016 o percentual do aumento para policiais será de 5%, 3%, 10%. Pelas previsões, o mínimo que o governo hoje pode pagar em 2016 é um percentual de 5%, mas deixa o canal aberto para que se a arrecadação estiver melhor, o governo possa aumentar”, assinalou o deputado.
Na ocasião, Cutrim revelou que hoje o policial militar do Maranhão perde apenas para a Bahia. Segundo ele, os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro pagam uma miséria aos policiais. “Achamos ainda que é muito pouco. Precisamos verificar o que podemos fazer para melhorar o salário dos policiais”, comentou.
Raimundo Cutrim disse que vê com muita tristeza as associações, que defendem um regime de trabalho de 40 horas semanais para os policiais. “As polícias têm que ter dedicação exclusiva, pois devem ficar à disposição da sociedade 24 horas por dia. Por isso buscamos salários melhores para os policiais”, concluiu.
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