O Projeto Nordeste Competitivo, que tem a proposta de integrar economicamente e logisticamente nove estados da região Nordeste, inclusive o Maranhão, deve ser entregue à Federação das Indústrias do Estado (Fiema) até agosto de 2012. O anúncio foi feito durante a apresentação dos resultados da primeira etapa do projeto, na última terça-feira (13), na Casa da Indústria, pela consultoria Macrologística – contratada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) para desenvolver o Nordeste Competitivo. O evento reuniu gestores do Sistema Fiema, empresários, representantes de entidades de classe e do governo estadual.
O projeto tem por objetivo elaborar o planejamento estratégico da infraestrutura de transporte e logística de cargas da região Nordeste - Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.
“Como representante da CNI no Maranhão, a Fiema está dando todo o suporte necessário à execução desse projeto que vai aperfeiçoar o sistema logístico do nosso estado e dos demais estados no Nordeste, de forma integrada”, afirmou o presidente da Fiema, Edilson Baldez das Neves.
Segundo o consultor da Macrologística, Olivier Girard, a proposta é integrar os estados, tornando seus sistemas logísticos mais competitivos, diminuindo custos com frete, avaliando investimentos e fontes de recursos para as melhorias necessárias.
“Às vezes, um estado do Nordeste compra de um estado do Sul o mesmo produto que é produzido e vendido no estado vizinho”, exemplificou.
Para realizar o estudo, a metodologia da Macrologística consistiu em pesquisar, nos nove estados, através de empresas de diversos setores, entidades e órgãos do governo, uma série de aspectos econômicos a fim de traçar possíveis eixos integrados de transporte e identificar gargalos que irão demandar projetos de melhoria logística.
Dentre os pontos investigados no Maranhão e nos demais estados, estão no estudo as principais cadeias produtivas, principais produtos dessas cadeias, principais modais disponíveis e quais as condições desses modais (porto, rodovia, ferrovia, hidrovia, aerovia), o volume de carga que passa por cada uma das vias de escoamento, dentre outros.
As cadeias pesquisadas foram: açúcar e álcool; adubos e fertilizantes; alumínio; bebidas; biscoitos; bovinos; cobre; ferro e aço; fruticultura; madeira; mandioca; milho; petróleo e derivados; químicos industriais; sal; soja; trigo; veículos e autopeças.
“Quando estudamos a capacidade de movimentação das vias, identificamos os gargalos que impedem o melhor fluxo dessas cargas, assim temos, nesse estudo, os principais gargalos logísticos da região Nordeste”, afirmou o consultor.
Para Baldez, esse é um projeto de extrema importância para o Maranhão, pois a partir da identificação desses gargalos mapeados, será possível propor as alternativas necessárias para atender às demandas atuais e das próximas décadas.
“É a oportunidade de vislumbrarmos as soluções de escoamento da produção maranhense atual e futura, já visualizando e planejando a partir da demanda gerada pelas novas indústrias que estão aportando em nosso estado”, afirmou.

Eixos de Transporte – O projeto Nordeste Competitivo identificou macro fluxos, gaps (falhas) existentes e priorização de projetos, identificando 51 grandes eixos de transporte integrados nos nove estados. Eles perpassam as principais estradas, ferrovias, hidrovias e portos do Nordeste. Vale ressaltar que a priorização dos eixos está alinhada às questões socioambientais atuais.
“Um dos novos eixos ligaria São Luís a Fortaleza, pelo litoral”, exemplificou Olivier.
Dezoito deles passam pelo Maranhão, dentre os novos eixos e os sugeridos pelos consultores. Na reunião de terça, os novos eixos foram validados pelos empresários, gestores da Fiema e entidades presentes ao workshop.
Além da validação, dois novos eixos rodohidroviários foram sugeridos pelo público. Saindo de Balsas, um seguiria pelo Rio Mearim e o outro pelo Rio Itapecuru. “São sugestões estratégicas para o estado”, frisou o secretário de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Maurício Macedo, que participou do evento na Fiema.
O Projeto Nordeste Competitivo é fruto do projeto da CNI, portanto da inciativa privada. “No entanto, desde o início, estamos trabalhando a quatro mãos, com o poder público”, enfatizou o consultor da Macrologística.
“Estamos conversando com os governos estaduais, federais, parlamento, para que essas instituições incluam os projetos do Nordeste Competitivo em seus planejamentos, pautas legislativas, como nas obras do PAC, por exemplo”, concluiu o consultor.