Com o objetivo de realizar ações de educação e saúde em aldeias indígenas, o projeto de extensão Apoena, da Universidade Federal do Maranhão - campus Imperatriz, no último final de semana reuniu alunos e professores da instituição na reserva Araribóia, localizado no município de Amarante, a 152 km de Imperatriz. A equipe de 40 pessoas passou três dias realizando atividades como oficinas, palestras, apresentações culturais e desenvolvendo ações para saúde indígena.
Na visita, que abrange três aldeias, Juçaral, Tarumã e Igarana, a equipe do Apoena atendeu cerca de duzentos indígenas. O grupo promoveu palestras sobre educação e saúde, cuja intenção foi falar sobre a boa alimentação e prevenção de algumas doenças. A estudante de Enfermagem e bolsista do projeto, Mariana Zilio, conta que foram realizados exames de glicemia, aferição de pressão, curso de capacitação com os agentes de saúde indígena, com agentes de saneamento indígena e com os técnicos de enfermagens que trabalham na aldeia.
A equipe também fez visitas domiciliares, com distribuição de hipoclorito para tratamento de água e distribuição de preservativos. Nas residências, o grupo alertou sobre o risco de algumas doenças, principais sintomas e dicas de prevenção. O grupo aproveitou a ocasião para aplicar questionários e levantar dados epidemiológicos, a fim de utilizar as informações para produções científicas do projeto.
As crianças e jovens também foram contemplados. Eles tiveram a oportunidade de participar de oficina de malabarismo.  Além disso, no sábado à noite, a população pôde participar da sessão de Cinema Apoena, com a exibição do filme Xingu.
O Projeto Apoena, que em Tupi significa “aquele que enxerga primeiro e mais longe” é coordenado pela professora Cecilma Teixeira, do curso de Enfermagem. Além da bolsista, há colaboração de alunos dos cursos de Direito, Enfermagem e Ciências Naturais. Os professores também se unem ao projeto, como é caso do professor Fábio José Cardias Gomes, que ministra a oficina de malabares. O projeto visa à realização das ações de saúde e educação em sete aldeias, durante um ano. Já foram realizadas ações em cinco localidades: a primeira foi em Fernando Falcão na Aldeia Escalvado; a segunda foi em Montes Altos na Aldeia São José; a terceira foi em Grajaú, na Aldeia Bacurizinho; a quarta em Barra do Corda na Aldeia El Betel, e por último na reserva Araribóia. O grupo planeja a próxima viagem para Amarante para realizar ações na Aldeia Governador, no próximo dia 26 de abril.
A professora do curso de Enfermagem Maria Neyrian Fernandes, Mestre em Saúde Indígena, realiza capacitação com os integrantes do grupo e tenta sensibilizar os alunos a trabalhar com as questões indígenas e levar o conhecimento da legislação, tanto da saúde como sobre os direitos indígenas. “Já tenho essa experiência de estudar a fundo e agora estou trazendo para aumentar a sensibilização desses alunos em relação a essa assistência”, declara. Para ela, não há como mensurar a magnitude que esse projeto tem para a UFMA. “O Brasil é país diverso, com dimensões continentais, e que infelizmente as graduações não contemplam essas particularidades brasileiras, principalmente a saúde indígena. Então, esse projeto vem suprir essas deficiências”.