São Luís - A venda de smartphones no Brasil bateu mais um recorde no terceiro trimestre do ano de 2014, de acordo com o relatório da Consultoria IDC (International Data Corporation) do Brasil. Segundo esses dados, há um leque de aplicativos que dispõe aos usuários desses dispositivos eletrônicos o exercício da leitura. Neste contexto, grandes portais de notícias têm se adaptado às novas possibilidades que as plataformas tecnológicas vêm oferecendo.
Na semana em que se comemorou o Dia Nacional da Leitura, no dia 7 de janeiro, o professor do curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão, Márcio Monteiro, fez uma reflexão sobre o assunto. “É importante entender que as tecnologias e os suportes são criados, às vezes, com finalidades específicas, mas que as pessoas se apropriam deles em determinadas situações, dando-lhes outros usos. Também é preciso lembrar que o meio, o suporte, de certa forma molda e formata o conteúdo. Ler em um leitor digital, como o Kindle, gera um tipo de experiência diferente de ler num smartphone, que produz uma leitura mais complicada para textos longos, por exemplo”, comenta.
Ele também faz uma breve análise do uso das tecnologias e as possibilidades que são oferecidas atualmente. “Em resumo, temos mais possibilidades à nossa disposição e cabe a cada pessoa entender o que deve escolher: se vale mais a pena ler um livro ou centenas de posts numa rede social. O livro vem sofrendo modificações, não apenas no suporte para a leitura, mas no próprio conteúdo que oferece, utilizando multimídia, interatividade e outros aspectos, em determinadas situações. O ideal seria que conseguíssemos fazer as duas coisas: ler um livro e fazer uso das redes”, salienta Monteiro.
Mas será que toda essa disponibilidade tecnológica faz bem ou mal para nossos hábitos de leitura? A discussão se permeia entre os espaços da sociedade em que adolescentes e adultos se veem condicionados à tecnologia desses dispositivos em vários dos seus hábitos. “Há uma série de mudanças acontecendo e o que não muda é a necessidade do ser humano de entender e conhecer o mundo ao seu redor. A leitura nos ajuda nisso e nesse aspecto continuará sendo necessária, seja num pedaço de papel, seja numa tela digital”, conclui o professor.
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