São Luís - Com o foco voltado para resgatar parte da história da arqueologia pré-colonial na Ilha de São Luís, o professor da rede estadual de ensino, Marcus Saldanha Barbalho lançou, nessa terça-feira (7) à noite, no Cine Praia Grande, o documentário “Memória de Pedra - Patrimônio Arqueológico na Ilha de São Luís”. O evento foi prestigiado por personalidades da área de audiovisual, artistas, intelectuais e professores. O público superou as expectativas dos promotores do evento.
De acordo com Marcus Saldanha, o documentário é uma forma de homenagear São Luís pelo aniversário dos 400 anos de fundação da cidade pelos franceses. Ele contou que foi convidado para participar de vários festivais, o que garante maior visibilidade para as comemorações do quarto centenário da capital maranhense.
“Em função da data, faz-se necessária uma reflexão sobre o passado ancestral dos primeiros habitantes, anteriores aos índios encontrados pelos europeus, denominados na literatura arqueológica pré-histórica de paleoíndios”, explicou.
Marcus Saldanha ressalta que estes primeiros habitantes da Ilha chegaram seguindo curso de rios, na busca de alimentos, seja de caça, coleta ou pesca. Por milhares de anos, ocuparam o que viria a ser o Maranhão.
O filme aborda a questão do patrimônio arqueológico pré-colonial da Ilha de São Luís, através de depoimentos de especialistas e da comunidade que vive próximo e até sobre os sambaquis, sítios pré-coloniais onde viviam os “empilhadores de conchas” há milhares de anos, muito antes dos europeus e dos tupis.
O documentário “Memória de Pedra” é baseado no minucioso trabalho dos profissionais da arqueologia e história, a fim de tornar possível a reconstrução de parte deste acervo, a partir de artefatos de pedra e outros utensílios.
Neste sentido, o documentário tem ampla capacidade de registrar experiências da realidade com liberdade e particularidades narrativas e pode servir como elemento de sensibilização da sociedade na preservação do acervo pré-colonial da Ilha de São Luís, no sentido de conhecer e valorizar a “memória de pedra”, a saber, memória arqueológica pré-histórica.
Como servidor da Secretaria de Educação (Seduc), Marcus Saldanha diz que a ideia do documentário nasceu a partir da publicação do livro didático de sua autoria “História do Maranhão”, lançado em 2003. O livro dedica um capítulo ao tema que ganhou a formatação em audiovisual.
Como jornalista e professor de ensino médio do Centro de Ensino Paulo Freire, onde leciona história, Marcus Saldanha conta que a sua profissão ajudou a subsidiar na publicação do livro e do documentário “Memória de Pedra” que deveria resgatar parte da história da arqueologia pré-colonial do Maranhão.
A partir do lançamento oficial do documentário, o professor da rede estadual de ensino adianta que sua proposta é visitar os colégios da rede pública e privada, bem como as comunidades e universidades para assistir “Memória de Pedra” e debater o tema de forma mais detalhada sob a ótica de cada assistente. (J. França)
Publicado em Regional na Edição Nº 14325
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