Entre os dias 14 e 15 de abril foi realizada a operação de embarque da primeira carga de bois vivos, exclusivamente de rebanhos maranhenses, pelo Porto do Itaqui. Estão sendo embarcadas, no navio MV Rami M, 1.250 cabeças com destino ao Líbano. A Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP) realiza a operação de acordo com a portaria 268/2015, que regulamenta as Normas de Atracação no Porto do Itaqui.
Na qualidade de autoridade portuária, a EMAP tem a responsabilidade de controlar a entrada e o embarque da carga, garantindo o cumprimento dos requisitos operacionais, de segurança, meio ambiente, legais, fiscais e aduaneiros da operação. Para esse tipo de operação foi disponibilizado o Berço 100. “Aproveitamos as experiências dos embarques anteriores e nos qualificamos para operar carga de bois vivos. Esse embarque agora reafirma a capacidade que o Porto do Itaqui tem para movimentar a economia maranhense, gerando riqueza para o estado”, afirma o diretor de operações da EMAP, José Antonio Magalhães.
A carga é de responsabilidade da Agroexport Trading e Agronegócio, empresa exportadora, que nomeou a Pedreiras Transporte como operadora portuária para os dois embarques. Foi estimada a contratação de 20 a 30 caminhões para o transporte do gado vivo entre o Estabelecimento de Pré-Embarque (EPE) – uma fazenda localizada em Matões do Norte (MA) – e o Porto do Itaqui.De acordo com Gustavo Tiveron, gerente da Agroexport, trata-se da primeira operação dessa natureza feita pela empresa no estado, que recebeu toda a assistência por parte do Governo do Maranhão. “A receptividade de todos e a sinergia dos órgãos, todos caminhando para o mesmo lado, agilizou bastante o processo e nos surpreendeu de forma muito positiva. Parabéns ao Governo do Estado pelo sucesso dessa parceria entre o público e a iniciativa privada. Esperamos continuar as atividades nesse ritmo”, frisou.
O Certificado Zoossanitário Internacional (CZI), emitido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para a exportação, assegura que os animais estão livres de doenças como febre aftosa, EEB, tuberculose bovina, brucelose, entre outras. “Nós estamos fazendo todo o controle zoossanitário para que os animais embarquem sem nenhum problema para o mercado exterior. Como estamos chancelando os nossos animais para outros países, nós temos que ter todo o cuidado e obedecer todas as exigências da Organização Mundial da Saúde Animal”, garantiu o presidente da Agência Estadual de Defesa Agropecuária (Aged), Sebastião Anchieta.
Incentivo à exportação
Após os primeiros embarques de carga viva realizados no ano passado – em razão de uma contingência do Porto de Vila do Conde, no Pará – o Governo do Estado iniciou estudos de viabilidade desse tipo de exportação de modo a beneficiar o produtor maranhense e vem intermediando diálogos entre empresas interessadas em exportar os produtores, por meio de rodadas de negócios, conduzidas pelas secretarias de Indústria e Comércio e Agricultura, Pecuária e Pesca. Foram três rodadas, realizadas nos municípios de Bacabal, Açailândia e Imperatriz.
O gestor da pasta, Simplício Araújo, destacou que a iniciativa tem como foco aproximar, neste caso, o produtor e as demandas da empresa, o que está contribuindo para que a exportação de gado vivo seja realizada com o rebanho local. “Esse será o primeiro de muitos embarques com 100% de gado maranhense. Estamos aproximando o produtor, demandas das empresas exportadoras para que comprem do Maranhão, e assim, daremos maior competitividade e abriremos novos mercados. Com essa oportunidade de negócio, que é de exportação de gado vivo, vamos gerar emprego e renda para nossa gente”, disse o secretário.
De acordo com o secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca, Márcio Honaiser, a exportação de bois vivos, também chamados “boi em pé”, representa mais uma via de negócios para a pecuária do estado, que vem sendo fortalecida por meio de programas como o “Mais Produção”. “Estamos trabalhando para valorizar nossos produtos e adensar a cadeia produtiva da carne do couro, pensando não só no boi em pé, como na carne processada, como iniciativas como a construção de matadouros regionais e o fortalecimento da inspeção estadual e municipal. A carne processada agrega valor e gera emprego e renda, mas há, também, um nicho de mercado para o boi vivo. O Maranhão hoje está criando mais essa oportunidade aos nossos criadores, que podem conquistar cada vez mais espaço nos mercados interno e externo”, ressaltou.
Um segundo embarque está confirmado para os próximos dias, quando serão transportadas aproximadamente 2.300 cabeças no navio MV Spiridon II, para o mesmo destino. A carga deste navio, no entanto, não será exclusiva de gado maranhense, pois terá parte também de rebanhos oriundos do Pará.
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