Carolina - Uma reunião realizada entre o prefeito de Carolina, Ubiratan Jucá, e o gerente regional do Consórcio Estreito Energia (CESTE), João Rezek, cobrou do empreendimento soluções imediatas para os diversos problemas causados pela instalação da usina na região.
O encontro, que contou também com a participação de vários vereadores da cidade, levou uma extensa pauta de reivindicações que, segundo a comitiva, tem sido negligenciada pelo CESTE desde o início de sua operação em 2007, quando milhares de famílias tiveram que ser desalojadas.
De acordo com o prefeito de Carolina, Ubiratan Jucá, que conduziu a reunião, amenizar os impactos sociais e ambientais causados pelo Consórcio são os principais objetivos do encontro que nesse primeiro momento está sendo feito de forma amigável.
“Carolina tem tido perdas significativas. Pelo menos 30% do território foi eliminado, comunidades inteiras desapareceram, propriedades foram inundadas sem que até hoje fossem indenizadas, sem falar nos prejuízos de ordem social que enfrentamos”, explica.
Até mesmo os royalties (valores pagos como compensação pelo uso e extração dos recursos naturais), pontua, “não estão sendo devidamente pagos, o que se recebe são valores irrisórios que não reparam as perdas do município”.
Outro grave problema observado durante o encontro é o descaso por parte do Consórcio. Os impactos causados pela construção da barragem já deixaram diversas comunidades completamente isoladas por falta de planejamento na construção de pontes e balsas que auxiliem na travessia.
No povoado de Urupuxete, dezenas de alunos já estão há dias sem frequentar as aulas por falta de acesso. O problema se torna mais preocupante ainda porque o lençol freático está subindo de forma acelerada e já compromete casas e pousadas com rachaduras. Algumas apresentam inclusive afundamento ameaçando desabar a qualquer momento.
De acordo com o gerente regional do CESTE, João Rezek, o Consórcio está ciente dos problemas e admitiu a necessidade de construção de pontes, além de uma proteção para as cabeceiras dos rios.
“Estamos acordando o prazo de 120 dias para a resolução dos principais problemas apresentados que inclui a recuperação de pontes e construção de novos acessos para a população atingida”, compromete-se.
Outras reivindicações
A comissão cobrou ainda o cumprimento do Termo de Compromisso Mútuo entre o CESTE e a prefeitura de Carolina, que prevê a construção de um Hospital Maternidade e Infância, Casa de Cultura, além de esgoto, captação e estação de tratamento de água.
Foi reivindicada ainda a averiguação técnica das obras entregues ao município que hoje apresentam problemas em toda a sua estrutura física, como a área de Lazer Juca Parreão e o estádio Alto da Colina, avaliado em meio milhão de reais.
Uma nova reunião está marcada para esta segunda-feira, dia 25, em Carolina, com a presença do diretor de Operações do Consórcio, Odilon Gama. (Secom)