Amarante - Dez mil pessoas participaram de manifestação contra a demarcação de área Indígena Governador, em Amarante, na manhã da última sexta-feira (14). Compareceram ao evento representantes religiosos, representantes de associações, representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e representantes de todas as áreas de assentamento do município.
O movimento também contou com o apoio da Prefeitura Municipal e da Câmara Municipal. Foram 10 mil pessoas na principal avenida da cidade, protestando contra a ampliação da reserva Indígena Governador.
O presidente da comissão organizado contra ampliação da reserva Indígena, Dr. Mauro Sérgio Lima Marinha, em entrevista à imprensa, disse: "Vejo com muito entusiasmo este ato público, que superou as expectativas do poder público, da sociedade civil organizada e dos estudantes. Demonstraram que estão juntos e Amarante vai vencer essa batalha".
O município de Amarante já possui 54% de sua extensão, o equivalente a 408.000ha, ocupados pelas reservas indígenas Araribóia (338.000ha), Governador (41.6432ha) e Reserva Krikati (28.947ha).
Por meio da Portaria 1437, de 08 de outubro de 2010, um estudo prevê a ampliação da Reserva Indígena Governador. Se homologada a decisão, os atuais 41.643ha aumentariam para 204.729ha.
Com a ampliação pretendida pela FUNAI, esta ocupação subiria de 140 para 204 mil hectares (75%). A área de 163.086ha atinge cerca de 20 mil pessoas e suas propriedades rurais, 11 assentamentos e dezenas de povoados. Segundo dados da Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged), o rebanho bovino do município ultrapassa as 120 mil cabeças de gado, criadas nessas áreas, que também virariam reservas.
Segundo a Comissão, com a possível demarcação cerca de 20 mil pessoas serão expulsas de áreas de assentamentos e propriedades rurais do município; 75% da área total do município serão para reserva indígena; 11 Assentamentos, sendo 06 do INCRA e 05 do Banco da Terra, serão extintos; Aproximadamente 1500 propriedades rurais ficarão dentro da reserva indígena, acabando com 50% da produção econômica do Município, que hoje tem sua economia baseada na agropecuária.
Aproximadamente 3000 famílias, com uma população estimada em 20.000 pessoas, serão afetadas diretamente e lógico que indiretamente todo o município será afetado também. (Da Assessoria)
Publicado em Regional na Edição Nº 14731
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