Manifestantes entram em confronto com policiais em frente ao Congresso durante protesto contra o Projeto de Lei 4330/04, que libera a terceirização para todas as atividades das empresas

Brasília-DF - Manifestantes de centrais sindicais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), que protestaram em frente ao Congresso contra o projeto que regulamenta a terceirização (PL 4330/04), entraram em confronto com policiais militares. O projeto estava na pauta de votações dessa terça-feira (7).
Um dos manifestantes chegou a ser atendido pelo Departamento Médico da Câmara (Demed), com ferimentos na cabeça. Outros dois manifestantes e um policial feridos também tiveram atendimento do Demed. O deputado Vicentinho (PT-SP) precisou de atendimento médico depois de ser atingido por spray de pimenta.
Depois de um momento tenso, a manifestação seguiu em clima mais tranquilo em frente ao Congresso. O presidente do Sindieletro de Minas Gerais, Jobert de Paula, criticou a atuação da Polícia. “Queremos que a Polícia Legislativa responda pelo o que ocorreu hoje na Câmara dos Deputados”, disse.
Os manifestantes são contrários à proposta sobre terceirização por considerar que ela precariza relações de trabalho. O texto permite a terceirização em qualquer ocupação, enquanto hoje ela é limitada às atividades-meio, não relacionadas ao fim da empresa.
O texto tem o aval da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, esteve na Câmara para defender a proposta. Para ele, a terceirização já é uma realidade. “Terceirização significa especialização. Na construção civil, por exemplo, não é necessário uma empresa que faça tudo, mas várias para cada etapa da obra”, declarou. (ABr / Yara Aquino)