Por Lúcia Pacheco
A obra “Sertanejares”, de Lilia Diniz, lançada em março deste ano, fez parte do Café Literário da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) nessa quarta-feira (25). O evento aconteceu às 18h30, no auditório do Centro de Ciências Sociais (CCSo) da Universidade Federal do Maranhão – UFMA em São Luís. Desta vez, a poetisa leva a obra para a capital maranhense apresentando um linguajar específico do interior do Estado.
Com o tema “Ciências e Saberes tradicionais: Uma visão popular”, Lilia Diniz - que tem a vida dedicada à cultura popular - vai descrever o cotidiano do Sertão durante o Café. A obra Sertanejares é fruto de uma análise sobre a linguagem dividida em três temas mais o Glossário, uma novidade que ajudará os leitores a entender o linguajar específico do sertão.
Os palavreados presentes nas obras de Lilia têm influência do pai, que é maranhense, da mãe cearense e de sua trajetória pelas cidades do país. “Costumo chamar o Glossário de palavreado onde consigo contribuir para a divulgação das nossas variações linguísticas, acho importante fixar as palavras no papel”.
O primeiro tema aborda uma questão política sobre a vida das quebradeiras de coco babaçu nos povoados maranhense e a questão indígena, aborda também realidades de outras cidades como Arame e Tanque, retratando a imagem do interior do Maranhão.
Homenageando a Literatura de Cordel, o segundo tema apresenta poemas rimados ou, como a autora costuma falar, “contar os causos” do sertão. O cordel marcou a vida da escritora desde a infância quando ao lado de seu pai ouvia os causos através da rádio Nacional da Amazônia.
“O amor não pode ficar fora de um livro de poesia”, disse Lilia Diniz ao falar sobre o terceiro tema do Sertanejares, uma parte dedicada a versos líricos sobre o cotidiano dos casais.
O formato do livro é mais uma surpresa para o leitor. Sertanejares apresenta a forma de abano lembrando os abanos para fogão de lenha ainda presente no sertão maranhense.
O “Café Literário” é uma ação que promove um bate papo com os autores, a troca de vivências e saberes antecede os autógrafos da noite. A publicação da obra Sertanejares foi possível através do Edital Universal da Cultura Maranhense em 2011. Esta é a terceira obra de poesia. Em 2003 foi lançado o Miolo de Pote da Cacimba de beber e em 2001 Babaçu, Cedro e outras Poéticas em Tramas. Além das poesias em 2007, Lilia publicou um conto - Ao que vai Chegar.
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