Com a chegada do verão, o número de casos de doenças como dengue, chikungunya e zika deve aumentar ainda mais no Brasil devido à proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Responsável pelo desenvolvimento do primeiro larvicida biológico do Brasil para uso doméstico no combate ao mosquito Aedes aegypti, o médico Fernando Kreutz reforça a necessidade de a população aumentar o controle para eliminar focos do mosquito na origem, evitando que ele se torne um transmissor de doenças. “O verão é a estação do ano com as condições ideais para a reprodução do mosquito, com o calor e a umidade”.
Há onze anos, Fernando coordena equipe de pesquisadores que atua no desenvolvimento de produto para combater o mosquito sem agredir o meio ambiente. “Estamos há muito tempo pesquisando uma fórmula que combata o Aedes aegypti na origem, mas sem impactar o meio ambiente. Nosso foco era desenvolver soluções para auxiliar no combate à epidemia de dengue. Chegamos a uma fórmula com essa capacidade e que pode ser usada diretamente pelas famílias, no uso doméstico, e que, ao auxiliar na eliminação dos focos do mosquito, contribui para reduzir a contaminação pelos vírus da dengue, chikungunya e zika vírus, doença grave que tem gerado grandes preocupações a todos, principalmente às gestantes de todo o país”.
Para o médico, é importante que a população faça o uso correto de produtos inseticidas ou larvicidas, tendo o cuidado com produtos que não são adequados ao uso doméstico e avaliando sempre a possível toxicidade dos mesmos. O produto desenvolvido pelos pesquisadores gaúchos utiliza a bactéria Bacillus thuringiensis, variedade israelenses (BTI), que contém cristais da proteína Cry. “Uma vez ingeridos pela larva do mosquito, os cristais provocam a sua morte de forma específica, evitando que ela se torne um mosquito adulto transmissor de doenças. Ou seja, ao aplicar o produto nas áreas de risco, a larva ingere essa proteína e morre,” explica Fernando. Essa tecnologia mata a larva dos mosquitos em até 24h sem deixar qualquer tipo de resíduo tóxico, sendo inofensivo a seres humanos, animais domésticos, aves, peixes e plantas.
“É uma inovação brasileira que busca contribuir para as ações de combate ao mosquito Aedes e às doenças decorrentes desse vetor”, destaca Fernando sobre a importância de pesquisadores brasileiros estarem à frente desse tipo de desenvolvimento.
Publicado em Regional na Edição Nº 15490
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