Professor José Sebastião Cidreira com as estudantes que participaram do trabalho de pesquisa premiado

São Luís - A preocupação ambiental é foco de um dos trabalhos vencedores do Prêmio Fapema 2011, categoria Jovem Cientista. O trabalho trata sobre a coleta seletiva do óleo de cozinha saturado para a fabricação de sabão. Ele foi desenvolvido por uma equipe de alunos do curso de Química do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), do município de Zé Doca, tendo como autora a aluna Kelly Suelle Lima Silva, sob a orientação do professor José Sebastião Cidreira.
O reconhecimento de pesquisadores locais e o estímulo a divulgação cientifica e tecnológica do Maranhão são objetivos do Prêmio Fapema, uma iniciativa do Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico do Maranhão (Fapema). O prêmio contempla destes jovens cientistas a pesquisadores sêniores.
A premiação é a mais importante do Norte/Nordeste. A solenidade de entrega dos troféus aos vencedores da sétima edição do prêmio acontecerá no dia 5 de dezembro, no Hotel Luzeiros e contará com as presenças da secretária de Estado de Ciência e Tecnologia, Olga Simão, e da diretora presidente da Fapema, Rosane Guerra.
“Foi muito importante ter ganhado o Prêmio Fapema, tendo em vista a sua grandiosidade. É muito satisfatório para mim, pois o trabalho que desenvolvemos dentro do laboratório, em uma cidade pequena, é reconhecido pelas regiões Norte e Nordeste. É bom ter esse reconhecimento e saber que o nosso trabalho não é em vão”, declarou a estudante Kelly Suelle Lima.

Pesquisa
O principal objetivo da pesquisa foi demonstrar uma forma alternativa de aproveitar os resíduos do óleo de cozinha saturado, transformando-os em sabão, com o intuito de estimular a prática de atitudes ecologicamente corretas em favor do desenvolvimento sustentável.
Kelly explica que o óleo comestível é utilizado para fritura de alimentos, mas deve ser usado de forma cuidadosa, pois o seu mau uso pode causar danos à saúde, como doenças cardiovasculares, hipertensão ou aumento do colesterol. “Em relação à natureza, apenas uma pequena quantidade do óleo é capaz de poluir um milhão de litros de água, o que é equivalente ao consumo de uma pessoa em 14 anos”, completou a estudante.
Durante sete meses o grupo de alunos percorreu estabelecimentos comerciais de Zé Doca, fazendo a entrega de recipientes nos quais foi feito o depósito do óleo saturado. Em uma data pré-estabelecida os alunos recolhiam o óleo separado e o levavam para purificação e então produziam o sabão.
Em outro momento foi feita a entrega do sabão nos estabelecimentos comerciais que haviam participado do processo de coleta, para comercialização. Com essa iniciativa, os alunos estão evitando que óleo de cozinha saturado polua o meio ambiente e contribuindo para uma melhor qualidade de vida da população local. Além da estudante Kelly Suellen, participaram da pesquisa, Liliane Viera Oliveira, Darleila Damasceno Costa e Jakeline de Oliveira Sousa, que integram o Grupo de Pesquisa em Análises Químicas Sustentáveis (GPAQS).
O grupo desenvolve também outros trabalhos em análises químicas sustentáveis, produção de biocombustível, ensino de química, influência do aspartame na produção de alimentos, agricultura familiar, ácidos e bases no cotidiano, nanotecnologia, processamento de biomassa para produção de energia renovável, processamento de sabão a frio, investigação das propriedades físico-químicas do sabão, clarificação e desodorização de gorduras para produção de sabonete e produção de saneantes a partir de produtos biodegradáveis. (Elizete Silva)