Hemerson Pinto

Se na edição da última sexta-feira abordamos a queda de cerca de 50% na realização de negócios no mercado imobiliário no Brasil, em consequência no Maranhão, hoje destacamos uma pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA) que revela queda no nível de atividade de outro setor importante para a movimentação econômica no estado, o da construção civil.
Em Imperatriz, por exemplo, uma cidade que no próximo mês de julho completa 163 anos de fundação, ainda em fase de crescimento, é comum se deparar com construções e cada vez maiores, tanto na área central quanto em bairros mais afastados.
Mas a pesquisa da FIEMA divulgada no início da semana aponta que o setor da construção civil no Maranhão não esteve em alta nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2015, como em anos anteriores, e começa a preocupar empresários do ramo.
Os resultados da Sondagem da Construção Civil do Maranhão apontam a elevada carga tributária como um dos maiores problemas, o que resultou na queda no nível de atividade da indústria do setor, ficando em 30,5 pontos e permanecendo abaixo dos 50 pontos. A pesquisa foi realizada com empresários de construtoras, empresas de serviços e de obras de infraestrutura no período de 1º a 15 de abril.
Nada animador é o fato de a redução no nível de atividade ser tendência para os próximos meses, apesar de um grande aumento no índice das indústrias de pequeno porte, de 22,2 para 31,3 pontos. Já as médias e grandes empresas marcaram 30,4 pontos.
Mais - Os índices do Nordeste e do Brasil mantiveram-se abaixo dos 50 pontos, porém houve um pequeno aumento na atividade com relação ao mês anterior, assinalando, respectivamente, 38,9 e 37,9 pontos. Com relação ao número de empregados, o indicador demonstrou uma pequena redução, ocasionada devido à forte queda no índice das pequenas empresas, que fecharam em 31,3 pontos, e a uma leve queda no índice das médias e grandes empresas, que fecharam em 29,5 pontos.
De acordo com a pesquisa, a Utilização da Capacidade Operacional (UCO) no Maranhão diminuiu em relação ao mês de fevereiro, assinalando 49%, não obstante ao índice nordestino que obteve um leve aumento, fechando em 61%. O índice brasileiro se manteve constante em 60%. O índice referente aos novos empreendimentos caiu para 37,7 pontos. Já o que se relaciona ao número de empregados marcou 38,2 pontos. Esses indicadores, no geral, confirmam o cenário pessimista para os próximos seis meses no setor da construção civil.
No que se refere à margem de lucro operacional do estado no trimestre, houve uma queda de 12,8 pontos em relação ao mesmo período de 2014, fechando em 32,0 pontos e caracterizando uma enorme queda no lucro das empresas no começo do ano. Já o indicador brasileiro oscilou negativamente, alcançando 34,7 pontos.
Também foi apontada na pesquisa que a situação financeira do Maranhão está abaixo da linha divisória, marcando 30,7 pontos. O índice brasileiro também se caracterizou como situação financeira ruim, ao marcar 38,3 pontos. O indicador nordestino seguiu a tendência do Maranhão e do Brasil, atingiu 39,1 pontos, ficando com uma situação financeira indesejável.
Carga tributária – Entre os maiores problemas enfrentados pelos empresários da construção civil no primeiro trimestre de 2015, está a elevada carga tributária, que continua como a mais citada, assinalando 53,6%. Outros problemas que foram muito citados foram a inadimplência dos clientes (32,1%), taxa de juros elevada (39,3%) e a falta de capital de giro (39,3%). No âmbito regional (Nordeste), o problema mais lembrado também foi a elevada carga tributária, que atingiu 41,8%.
A Sondagem da Construção Civil do Maranhão é elaborada mensalmente pela FIEMA em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). (Com informações: Coordenadoria de Comunicação e Eventos/FIEMA)