CHAPADINHA - O Brasil é um dos três maiores produtores de frutas do mundo. Produz 43 milhões de toneladas de frutas tropicais, subtropicais e de clima temperado, proporcionando ao país uma grande diversidade de frutas o ano inteiro, muitas delas exclusivas da região. 
No Maranhão, principalmente nos municípios de Matinha e Caxias, existe uma diversidade de frutas exóticas (manga) que fazem parte da paisagem dos biomas maranhenses. Elas foram introduzidas há décadas e aqui encontraram condições favoráveis de clima e solo para se desenvolverem, se estabelecerem e se diversificarem em várias formas, cor, tamanho do fruto e uso.
Diante disso, pesquisadores da Universidade Federal do Maranhão, em Chapadinha, desenvolveram um estudo com o objetivo de mapear as rotas de maior ocorrência natural da mangueira e caracterizar acessos de manga no Maranhão.
“Nosso objetivo é obter informações sobre o comportamento dessa fruteira no Maranhão, no qual são encontradas plantas vegetando muito bem, sendo a maioria desse material originário de pés-francos [semente], ou seja, não reproduzem as características das cultivares melhoradas”, explica a coordenadora da pesquisa, Maria da Cruz Lima Moura, pós-doutora em Melhoramento Genético de Plantas.
Segundo a pesquisadora, foram realizados estudos biométricos qualitativos e quantitativos para caracterizar os acessos coletados quanto à cor da casca e da polpa do fruto, firmeza, formato, aderência da casca, aroma, fibra, degustação, suculência, embrionia, comprimento, peso, diâmetro, peso da casca e teor de sólidos solúveis totais.
“Há variabilidade genética nos tipos de manga coletados no Maranhão com características agronômicas desejáveis e frutos dulcíssimos, contribuindo para diminuir a vulnerabilidade da espécie existente atualmente nas grandes áreas de cultivos monoclonais [pomares comerciais]. Essa pesquisa permitiu a confecção de uma coleção in vivo na Universidade”, afirma a engenheira agrônoma Maria Moura.  
De acordo com a coordenadora, o principal benefício desta pesquisa foi resgatar, identificar e quantificar a biodiversidade dessas fruteiras existentes no Maranhão e obter subsídios para direcionar as pesquisas ao fortalecimento do sistema de produção, comercialização e consumo, com reflexos na melhoria da saúde pública.